segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nota de repúdio do vereador Lino Peres a declarações da Prefeitura Municipal de Florianópolis

Diante da notícia veiculada na mídia local, a partir de texto produzido e encaminhado pela Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis e na qual o vereador Lino Peres é acusado, de forma inverídica e leviana, de incentivar ocupações e estimular a construção de residências em áreas de risco e de preservação, o vereador vem a público declarar que:
1) Nunca incentivou ocupações dessa natureza. Ao contrário, defende historicamente, como professor, pesquisador e cidadão, o direito à moradia digna e em áreas qualificadas da cidade;
2) A sua intervenção, no caso da referida ocupação, como está explícito nas duas notícias abaixo, cujos links foram extraídos do blog do mandato, foi no sentido de promover uma intermediação, nas dependências da própria Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Florianópolis, nas quais, depois das manifestações dos moradores e dos representantes da Prefeitura, acordou-se que as ocupações ou expansão de casas cessariam na área de risco mencionada com as seguintes condições:
a) que a FLORAM, através da Guarda Municipal, cessasse as demolições das casas no local referido; 
b) far-se-ia a cadastramento das famílias no local para efeitos de atendimento futuro da demanda habitacional;
c) a Secretaria de Assistência Social visitaria a área para acompanhar as famílias em suas necessidades;
d) que o vereador Lino Peres, como professor da UFSC, se dispusesse a contatar a Reitoria desta Universidade para verificar a possibilidade de relocalização das famílias em questão para o terreno da UFSC que colinda com o lado leste da Serrinha.
Logo depois, o vereador contatou a Reitoria, a qual lhe informou que a área da UFSC é alvo de litígio por abrigar 60 famílias que estão sendo acionadas pela Advocacia Geral da União e assim não poderia abrigar estas novas famílias referidas.  Com esta manifestação da Reitoria, através de sua Chefia de Gabinete, o vereador informou ao Secretário da Habitação e Saneamento Ambiental, Rafael Hahne, da impossibilidade de relocar as 17 famílias no local mencionado. Sendo assim, a questão voltaria ao âmbito da prefeitura para a solução deste problema social.
Em face dos fatos expostos, fica claro que o vereador Lino Peres, em vez de incentivar as pessoas a promoverem as ocupações, como afirma a prefeitura, buscou contribuir para dar solução a um conflito social e habitacional que é obrigação constitucional da prefeitura resolver. Além disso, há anos, como professor universitário, ele pesquisa e orienta trabalhos acadêmicos e ações concretas voltadas à preservação ambiental em consonância com o direito à moradia, como estabelecem as Leis 369/2007 e 11.977/2009.
Infelizmente, as sucessivas administrações municipais de Florianópolis, há décadas, não tem se empenhado em zelar pela preservação, através de adequada fiscalização, e, ao mesmo tempo, implementar uma política habitacional não-excludente e sustentável. Se assim fosse, a nossa cidade não estaria sofrendo os dilemas que hoje enfrenta nestas áreas de conflito. Basta lembrar os recentes e bem-sucedidos exemplos política habitacional adequada de Medellín, na Colômbia, e de Diadema em São Paulo.
Nesse sentido, cabe destacar, ainda, a forma como o poder público está tratando o caso das famílias na Serrinha, que foram tiradas do local há três meses, sem o menor respeito a direitos humanos elementares, revelando tratamento discriminatório. A própria nota enviada na sexta-feira à imprensa, na qual o vereador Lino Peres é acusado, cita o fato de serem em “grande maioria oriunda de outros estados”, o que mostra uma postura xenófoba, mesmo porque parte expressiva das populações que vivem nos bairros de baixa, média e alta renda na Capital é oriunda de outras cidades de Santa Catarina e de outros estados.
Em face desses fatos, o vereador Lino Peres exige, portanto, que a Prefeitura Municipal de Florianópolis prove a acusação formulada na nota, de incitação de ocupações na área em questão ou em qualquer outra área ou de suposta “postura irresponsável” deste vereador. Em um Estado Democrático de Direito, o ônus da prova é de quem acusa.
Também repudia veementemente a postura da coordenação da Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura, que divulgou a notícia aos órgãos de imprensa sem ouvir o vereador e, ao ser procurada pela Assessoria de Comunicação do Gabinete para esclarecimentos, desligou o telefone, atitude incompatível com profissionais à frente de um órgão público.
Vereador Lino Peres
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