quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dabate: A colonização do conhecimento


Professor Roberto Leher
Nesta sexta-feira, 1º de março, às 19h, no auditório da FAED/ UDESC Itacorubi, acontece o debate A colonização do conhecimento - Quem ganha e quem perde? – Transferência de tecnologia – Propriedade intelectual – Autonomia universitária  a partir da palestra com o professor da UFRJ/Andes-Sindicato, Roberto Leher.

A promoção é da ADFAED-APRUDESC/SS ANDES DART DAOM, com apoio do Gepeto – Grupo de Estudo sobre Política Educacional e Trabalho (UFSC) e Grupo de Estudos Indignados e Inquietos (UDESC/FAED)

 

 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Reunião Nacional pela Revogação da Lei das Organizações Sociais e em Defesa dos Serviços Públicos

No próximo dia 9 de março, das 8hs às 17hs, será realizada ,no Sindsaúde (Rua 26 S/Nº Bairro Santo Antônio), em Goiânia (GO), a reunião nacional pela revogação da Lei das Organizações Sociais e em Defesa dos Serviços Públicos. O objetivo do encontro é unificar forças contra a Privatização da Saúde Pública. Interessados em participar podem fazer contato com Rosa - Sindsaúde 62-3231-0307; Ivanilde (vivo) 62-96369779 (TIM) 62-8115-3717; ou Viviane – (OI) 62 -8414-8887.

Diante dos ataques que vem sendo desferido à saúde pública em esfera federal, estadual e municipal, é um momento importante para continuarmos dando passos na construção da defesa da saúde pública. No mês de janeiro ocorreram reuniões para discutir iniciativas neste sentido. Em São Paulo, se reuniu o Comitê Nacional pela Revogação da Lei das OSs e no Rio de Janeiro se reuniu a Frente Nacional Contra a Privatização, e na continuidade o Fórum Goiano de Luta Contra a Privatização.

O SINDSAÚDE GO se dispôs a sediar a próxima reunião do comitê nacional pela revogação das OSs e também articular a Frente e o Fórum Goiano para estarem juntos. Desta forma convidamos todos para essa reunião nacional pela revogação da Lei das Organizações sociais.

Abaixo segue a proposta de programação da reunião
Proposta de Programação:


8hs - Café com conversa – troca de experiências

9hs – Informes e contextualização local e nacional

11hs – deliberações

12:30 - Almoço

14hs - Reunião dos Comitês Executivos e encaminhamentos das ações deliberadas

17hs - Até o próximo encontro.

Sindsaúde Goiânia Goiás - Rua 26 S/Nº Bairro Santo Antônio das 8hs as17hs –

INSCRIÇÃO PARA O ALOJAMENTO

*Reserva do Alojamento: Falar com Rosa – Secretaria do Sindsaúde

-Telefone 62-3231-0307 ou por e-mail sindsaude@sindsaude.com.br com copia para iv_batista@yahoo.com.br . Solicita-se para o cadastro: Solicita-se para o cadastro:
 
Nome
Instituição
Estado
Telefone
Chegada (data e hora)


Serviço:

Dia - 9 de março de 2013 - Horário: das 8hs as17hs

Local – Goiânia - Goiás

Endereço - Sindsaúde - Rua 26 S/Nº Bairro Santo Antônio

Objetivo: Unificar forças contra Privatização Saúde Pública

Telefones de contato: Rosa - Sindsaúde 62-3231-0307

Ivanilde (vivo) 62-96369779 (TIM) 62-8115-3717

Viviane – (OI) 62 -8414-8887

*Solicitar para trazer roupa de cama - (2) lenções (1) fronha, toalha de banho bem como acessório de higiene pessoal.

ATENÇÃO: INFORMAMOS AINDA QUE HAVERÁ UMA ATIVIDADE NA SEXTA FEIRA A NOITE PATROCINADA PELO SINDSAÚDE-GO, QUEM TIVER DISPONIBILIDADE DE CHEGAR ANTES. ESTÃO TODOS CONVIDADOS.

João B.Gomes
Secretário de Assuntos Jurídicos e Econômicos do SINDSEP
Secretário de Políticas Sociais da CUT SP

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Projeto de Lei Municipal 0131/2012, de Balneário Camboriú – SC, restringe o uso de bicicletas, skates, triciclos, patinetes motorizados, patins e similares



O projeto contraria a Constituição Federal, o Código de Trânsito Brasileiro e a Lei 12.587 - Política Nacional de Mobilidade Urbana, que prioriza modos de transportes não motorizados sobre os motorizados.

Sobre o Projeto de Lei Municipal 0131/2012
Assunto: "Dispõe sobre o trânsito e usos de bicicletas, skates, triciclos, patinetes motorizados, patins e similares, e dá outras providências."
Autor: Vereador e Presidente da Câmara Nilson Frederico Probst (PMDB)
Entendendo o projeto:
Onde não há ciclovia, haverá apreensão e multa, caso a circulação de bicicletas, skates e patinetes motorizados nas vias públicas do município de Balneário Camboriú não trafeguem encostados ao meio-fio da calçada ou no acostamento.
O vereador Nilson Probst cita no Art. 1º que:

“Art. 1°. O trânsito e o uso de bicicletas, skates, triciclos, patinetes motorizados, patins e similares nas vias públicas do Município de Balneário Camboriú, abertas a circulação, reger-se-ão por esta lei.
Parágrafo único: Entende-se por vias públicas, as ruas, avenidas, estradas, praças, caminhos ou passagens de domínio público.”
Ou seja, ele considera como via pública até mesmo algumas de nossas principais avenidas, como a Brasil e a Atlântica, que possuem área de estacionamento em toda a sua extensão e não apresentam ciclovias. Onde, segundo o seu projeto de lei, será praticamente impossível trafegar com transportes não motorizados.
Com base na Constituição Federal, no Código de Trânsito Brasileiro e na Lei Nacional de Mobilidade Urbana, há amparo jurídico para defender o direito de o indivíduo ir e vir COM SEGURANÇA pelas ruas da cidade, em quê o vereador estaria se baseando para passar por cima destes direitos?
O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 58, prevê que a circulação de bicicletas, “quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes” deve acontecer “nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação (…) com preferência sobre os veículos automotores”.
Então, primeira tarefa do ciclista seria encontrar o “bordo de pista”, e o que isso realmente significa em nossa cidade é uma fila interminável de carros estacionados com o perigo das portas serem abertas, ou ainda, uma porção de buracos e bueiros que se tornam obstáculos ao condutor. Ou seja, conforme este projeto, deve-se andar com estes riscos, como a única alternativa para não ter seu veículo de propulsão humana apreendido.
Então seria essa a única forma de não contrariar esta lei, como a única opção apresentada pelo vereador Nilson Probst, sendo contrária à recomendação dos principais guias de como andar de bicicleta de forma segura, de NUNCA circular“encostado pela direita da pista, junto à guia da calçada ou acostamento”. Por segurança, ciclistas devem ficar mais distantes da calçada, ocupando a faixa, forçando veículos a mudar de faixa para realizar uma ultrapassagem.
Quem já embarcou no deslocamento sobre duas rodas e um selim, skate ou patinete elétrico, sabe que o trânsito é muito mais perigoso para quem está do lado de fora dos carros.
Para restringir o uso de bicicletas, skates e patinetes é necessário que se apresentem alternativas de meio de transporte.
Também não há linhas de ônibus o suficiente e que funcionem no horário e o que menos precisamos em Balneário Camboriú é de ainda mais carros circulando na cidade.
Em países mais desenvolvidos e gestões mais conscientes, o uso de meios de transporte de propulsão humana é incentivado. Em Amsterdam, por exemplo, o prefeito vai trabalhar de bicicleta, por ser mais saudável, não ser poluente e não congestionar o tráfego.
O problema desse projeto de lei é que ele não leva em conta que a população não utiliza esses veículos somente para lazer e passeio, mas como meio de transporte legítimo usado por indivíduos de todas as idades para se deslocar pela cidade. O que precisamos é que a utilização desses veículos seja incentivada e não restringida ainda mais. E o pior, o projeto de lei municipal indica ainda uma prática insegura como o único meio permitido.
Precisamos de projetos de lei que objetivem a orientação dos condutores, projetos específicos que protejam os mesmos e obras como o aumento do número de ciclovias seguras e a divulgação e orientação para condutores de veículos maiores praticarem a direção defensiva em relação aos veículos mais frágeis.
O projeto apresentado na câmera de vereadores, além de um retrocesso, ignora o Código de Trânsito Brasileiro:

CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno dever á ser feita nos locais
para isso determinados, quer por meio de sinalização, quer pela
existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que
ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as
características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da
movimentação de pedestres e ciclistas.
Cabendo então oferecer a condição de local apropriado, construindo ciclovias bem projetadas. Entende-se claramente, ao ler o Código de Trânsito Brasileiro, que a responsabilidade é municipal. Se as vias estivessem em boas condições de uso, com ciclovias que fossem interligadas, se houvessem projetos de obras como pontes para ciclistas atravessarem as vias de tráfego intenso, não haveria a necessidade de se trafegar em lugares inadequados.
Como o vereador Nilson Probst teve que retirar o projeto da primeira votação por não ser possível votar em propostas que não foram aprovadas previamente por comissões do legislativo, nos foi informado por telefone por Thomaz Michels Pinto, Técnico Legislativo da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, que as comissões que ficarão responsáveis por analisar tecnicamente e dar o seu parecer para que o projeto siga em frente são as seguintes:
Comissão de Justiça e Redação:
-Presidente: Orlando Angioletti (DEM)
-Redator responsável: Leonardo Piruka (PP)
Comissão de Obras, Serviços Públicos e Atividades Privadas:
-Presidente: Marcos Augusto Kurtz (Marquinhos) (PMDB)
Comissão de Segurança Pública e Defesa do Cidadão:
-Presidente: Leonardo Piruka (PP)
Finanças e Orçamentos:
-Presidente: Fabio Flor (PP)


Entrevista com deputado estadual de SC, sargento Amauri Soares


Por Raul Fitipaldi, para Desacato.info.

Os fatos de violência que assolam o Estado de Santa Catarina, sul do Brasil, e o comportamento das autoridades do Governo local, atraíram os olhares bem além das fronteiras desta unidade da Federação. O Sargento Amauri Soares, fundador da Aprasc e Deputado Estadual na Assembleia Legislativa Catarinense, responde as perguntas formuladas pelo Portal Desacato.
 
                                        Fotos: Amauri Soares


Desacato-Deputado, a transferência de detentos de Santa Catarina a outros presídios federais é um paliativo, uma fugida adiante, na ausência de um projeto concreto de contenção da violência dentro do nosso Estado?

Deputado Estadual Amauri Soares–Sim, transferir presos para outros estados é um paliativo, o que também poderia ser chamado de fuga adiante, conforme a pergunta. Poderíamos chamar também de medida de desespero de um estado que agora está acossado pelas mazelas sociais que criou ao longo das décadas e dos séculos. Ao mesmo tempo, é preciso que se diga, é também uma necessidade. Mostra a fragilidade do sistema de segurança pública de Santa Catarina. No entanto, é também a forma de mostrar algum poder maior do estado, uma forma de amedrontá-los (aos chamados “marginais”), de criar transtornos em suas vidas, para que deixem de considerar fácil e sem efeitos colaterais as medidas de violência que estão gerando. Diante da situação, me parece que pode ser sim uma medida com algum resultado prático quanto aos objetivos do estado que deve ser fazer parar os ataques. Por outro lado, é muito correto afirmar que isso ocorre pela “ausência de um projeto concreto de contenção da violência” que tenha sido criado e mantido pelo estado anteriormente.

Claro que tudo isso é já consequência da política de estado mínimo que vem sendo instituída no Brasil inteiro há mais de 20 anos. Não se investiu em prevenção, que seria um serviço público e universal minimamente razoável em educação, saúde, assistência social, assistência técnica a pequenos produtores rurais, a pequenas iniciativas comerciais e mesmo industriais. O Estado, em seu sentido latu, tem mergulhado cada vez mais em ser um estado das classes dominantes, especialmente dos monopólios privados, nos setores comercial, industrial, no agronegócio e no sistema financeiro. Estes setores monopolistas estão a cada dia mais imbricados, formando o fenômeno do imperialismo, que Lênin já analisava no final do século XIX, há bem mais de cem anos.

D – Quando lemos as medidas tomadas em combinação entre a Federação e o Estado, não observamos nenhuma proposta sobre o sistema penitenciário. Ele está falido nacional e estadualmente?

A.S. - Não obstante toda a fraseologia de um punhado de defensores da sociedade atual, o sistema prisional tem sido, no Brasil, e creio que em todo o mundo capitalista, um amontoado de presos. É parte da segregação social que antes do capitalismo fazia-se de outra forma, inclusive pelo convencimento. Uma sociedade baseada e estruturada com o objetivo do lucro privado, na qual o dinheiro ganha status de deus maior, não tem como segurar a ânsia por alcançá-lo a não ser com grades de ferro e com concreto armado para aqueles que buscam alcançá-lo pelas formas consideradas ilegítimas, ou seja, roubando, falsificando ou vendendo produtos considerados ilícitos.

Todo o discurso de ressocialização, da reinserção na sociedade, de reeducação dos apenados não passa de bálsamo para permitir que durmam tranquilos todos os defensores deste tipo de sociedade. Ou seja, pensam a forma de organização social da sociedade atual é a melhor possível, mas, como tem “alguns probleminhas”, precisam encontrar os remédios para eles, também dentro da mesma lógica.

Presídios e penitenciárias não passam de um amontoado de seres humanos segregados da sociedade, que têm para mantê-los “em ordem” outro punhado de pobres, que recebem salários insuficientes e capacitação inferior ao mínimo necessário. A sociedade oficial, não só os governos e todos os aparatos de estado, mas também a parcela mais ou menos abastada da sociedade, incluindo o que se chama vulgarmente de classe média, sempre buscou esconder os presídios e penitenciárias atrás de algum morro, um lugar ermo, distante dos centros urbanos.

Agora constroem presídios e penitenciárias em São Pedro de Alcântara, Imaruí, assim como na década de 1930 construíram na Trindade, que era um lugar ermo, atrás de um morro com relação ao centro da cidade. Querem esconder. Faz mais de 20 anos que falam em tirar a Penitenciária da Trindade, desativá-la, e ainda não o fizeram por incapacidade do estado nessa área. O objetivo seria colocar aquele hoje valorizado terreno no rol dos interesses da especulação imobiliária, e, também, esconder a mazela que aparece ali para quase todos os visitantes da capital turística catarinense. Aquele complexo penitenciário ofende o sentimento de orgulho do que tenho chamado de sociedade oficial. Não tem como ir por terra para as badaladas praias do Norte e do Leste da Ilha sem dar de cara com aquele monstrengo de pedras. Um monte de janelinhas guardando seres humanos. Querem esconder, e somam-se diversos setores a isso, inclusive os setores mais intelectualizados da chamada classe média. Todo o pretensamente suntuoso charme desta Ilha vai por água abaixo quando nosso visitante pergunta o que é aquilo, perto de duas universidades, do Centro Integrado de Cultura, da charmosa Trindade e da arrogante Beira Mar.

A.S. – A falência do sistema penitenciário não é uma novidade. Agora aparece mais porque os problemas sociais se agravaram, como já dizíamos há mais de vinte anos que ocorreria. Tem um pouco de boa vontade e muito de hipocrisia no discurso dos governos, sem falar daquilo que é cinismo puro e simples. Mas é bom não esquecer: uma parcela importante da sociedade concorda com isso, e até mesmo defende políticas mais duras, mais refratárias como forma de silenciar e, se possível, esconder que existem as mazelas.


 

D- O senhor tem conhecimento de quanto gasta o Estado em Prevenção de Delitos, em infraestrutura tal como veículos, delegacias e estabelecimentos militares; em folha de pagamento de agentes policiais, militares e civis e na infraestrutura prisional (incluindo nisto a reeducação social do detento/a)?

A.S. – Sobre os gastos com segurança, num comparativo relativo ao ano de 2011, entre educação, saúde, segurança e assistência social, temos, segundo dados do próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE): educação – R$ 2,49 bilhões; segurança – R$ 1,69 bilhão; saúde – R$ 1,34 bilhão; assistência social – R$ 74,6 milhões. Já com propaganda, no mesmo ano, o governo de Santa Catarina gastou R$ 79 milhões, mais do que gastou com assistência social.

Claro que estes dados não dizem muita coisa, até porque, mais do que gastar, é preciso ver a forma como gastou. Mas podemos afirmar, sem medo de errar, que os diversos governos, em todos os níveis, têm gasto cada vez menos com os serviços essenciais, e cada vez mais com os aparatos de cúpula do Estado, em todos os poderes e órgãos públicos. Além disso, a política de subordinação aos monopólios faz com que o Estado deixe de arrecadar dos mais poderosos, empobrecendo os serviços para a maioria pobre da sociedade. O Brasil tem sido cada vez mais uma República das empreiteiras, dos bancos e do agronegócio.

Prevenção em segurança pública não está nesta área, e sim na educação, na saúde, na assistência social, na assistência técnica, no enfrentamento aos interesses dos monopólios. Investir em segurança pública, quase sempre já não é prevenção, e sim repressão, ou, no mínimo, contenção. O que chamam de prevenção em segurança pública é já contenção, ou seja, o problema social existe, pode explodir a qualquer momento, então temos que colocar bastante ostensividade policial nas ruas para conter, para amedrontar.

Mas, registre-se, os sucessivos governos de Santa Catarina não têm feito sequer a contenção, quanto mais a prevenção. E tem perdido até mesmo as condições estruturais para fazer a própria repressão. Estamos desde que criamos a APRASC, em 2001, denunciando que a situação só vai piorar. Ao invés de nos ouvirem, nos processam, nos prendem, nos humilham, por estarmos, segundo eles, criticando “autoridade superior”.

D – Quanto investe o Estado em educação, saúde, empregos por concurso e subsídios ao transporte público, e que significa em comparação com a despesa dirigida ao aparato militar?

A.S. – Naquilo que me era possível com os dados que tinha em mãos, informei na resposta anterior sobre os gastos com alguns serviços essenciais. Em transporte público, o governo não investe nada. E, se investir, vai ser para ajudar a enriquecer um punhado de empresas privadas, todas elas com relações de compadrio com os detentores dos poderes municipais, estaduais e federais. É preciso que os estados, a União, os municípios e as regiões metropolitanas criem empresas públicas de transporte coletivo, mas isso tem sido ofensivo aos ouvidos dos governantes, que têm em seu aplauso toda a grande mídia monopolista e, evidentemente, as empresas privadas de transporte.

 

D – Há servidores das polícias militares e civis trabalhando no sistema de segurança privado? Se há, o senhor entende isto como correto, ou é fruto de a ausência de uma compensação salarial adequada para as categorias?

A.S. – Sim, há muitos policiais que trabalham em empresas privadas de segurança. E há vários policiais também, especialmente aposentados, que são donos ou sócios de empresas privadas de segurança, neste caso, quase sempre, aqueles de mais alto salário e posto. Eles aprendem financiados pelo dinheiro público, fazem viagens de estudo remuneradas pelo poder público etc. Em seguida se aposentam e montam empresas e assessorias em segurança privada.

Registre-se, também, que, de forma individual, nas horas de folga, muitos policiais trabalham em segurança de estabelecimentos privados, como postos de gasolina, transporte de valores, supermercados, bares, restaurantes etc. Não tem como evitar, pois o salário é baixo e os donos destes estabelecimentos têm preferência por policiais de folga. Eles têm experiência, e, especialmente, mesmo de folga, são policiais, tendo mais facilidade na hora de mobilizar o serviço público de segurança.

D – Quantas empresas de segurança privada existem no Estado, quanto lucram anualmente e que significam em matéria de aporte impositivo e de postos de trabalho?

A.S. - Em Santa Catarina, existem 98 empresas de segurança privada, em um universo de 388 da Região Sul e de 2.065 do Brasil. Como os dados são do sindicato das empresas, apenas daquelas registradas, por certo há muito mais, e a maioria delas informais. Há quatro anos a Polícia Federal informava que existiam 57 mil vigilantes privados em Santa Catarina, ou seja, um número quase quatro vezes maior à totalidade dos servidores públicos de segurança. Por estes dados, podemos afirmar, sem medo de errar, que a totalidade destas empresas gira um montante muito maior de recursos gastos pelo Estado em segurança pública, que, como dito acima, foi R$ 1,69 bilhão em 2011. Uma esfera bastante lucrativa para seus empreendedores. Os trabalhadores, claro, os chamados vigilantes, estes recebem um salário baixíssimo. Já os donos das empresas maiores, especialmente as que têm negócios com os governos (de todos os níveis), enriquecem explorando a falta de segurança. Também mora aí um dos motivos pelos quais o Estado investe pouco, pois se houvesse paz social, este setor não daria lucro para ninguém, o mesmo que vale para saúde e educação.

D – Na atual situação de instabilidade social que vive o Estado de Santa Catarina, com mais de 100 casos de violência em 15 dias, todos perdemos, o alguém ganha?

A.S. – Eu sou da tese de que ninguém ganha, a não ser a barbárie. Claro que a gritaria da sociedade oficial do momento é porque os empresários estão tendo prejuízo. E não apenas os donos dos ônibus, os empresários do transporte coletivo. Todos os patrões perdem porque os operários, os comerciários, enfim, os trabalhadores, não conseguem mais chegar cedo ao posto de trabalho, e têm que sair mais cedo, e isso afeta a busca alucinada de burguesia pela mais valia.

Se houvesse alguma busca pela apresentação de uma proposta civilizatória, até mesmo os ataques que estão sendo feitos seriam uma forma de crítica construtiva. Tem, evidente, um claro teor de crítica nestes atos, mas não é uma crítica que proponha uma forma mais humana de sociedade. Acho que até pelo contrário: a intenção é ganhar mais espaço para o lucro, neste caso considerado ilegal. Ilegítimo, com certeza, porque a maioria da população fica apenas como refém, assustada, e cada vez mais tendente a sofrer a opressão dos “donos dos morros” sem manifestar sua vontade de ser livre de qualquer opressão.

D – Como se resolve a médio e longo prazo o problema penitenciário e a violência que assola o Estado?

A.S. – Em curto prazo, não tem outra saída que não o fortalecimento do combate e da contenção. Em médio prazo, fortalecer os serviços públicos essenciais e colocar calços aos anseios desvairados dos monopólios privados, e isso só pode ser feito por outra natureza de governo, ou mesmo de Estado. Em longo prazo, só o socialismo pode ser a resposta. Enquanto houver capitalismo a saúde efetiva das pessoas não vai ser prioridade.

Se o comércio de drogas degradantes das boas condições físicas e psíquicas for mais uma forma de alguém ganhar dinheiro explorando os outros, essa chaga só vai aumentar. É preciso combater qualquer forma de lucro para que se consiga acabar com a deterioração das relações humanas pelo comércio de drogas ilícitas. Ou seja, no capitalismo não tem nada de bonito e efetivamente humano que se possa fazer, a não ser continuar apagando incêndio. Ou ainda, continuar gastando com o fortalecimento da violência do Estado contra a violência da barbárie.

Claro que soluções menos bárbaras, mais humanas, podem ser encontradas mesmo na sociedade atual. Mas elas serão sempre meramente transitórias e paliativas.

D – Por favor, suas considerações finais e obrigado pelas respostas.

A.S. – Nossa tarefa incontornável é buscar reorganizar o que resta de esquerda para que consigamos voltar a ter condições de apresentar uma proposta civilizatória nova, efetivamente nova. Para a barbárie atual contribui bastante também a descrença das novas e mesmo das velhas gerações com os partidos e com os governos que prometiam os céus e nos aprofundaram ainda de forma mais dócil no inferno capitalista. Reorganizar a esquerda, e apresentar uma proposta global de alternativa ao capitalismo, o que continua sendo o socialismo, como processo de ruptura e de posterior aniquilamento da lógica desumana do lucro.

 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lino participa de Pedalada Ecológica em defesa da Ponta do Coral

 

                                          Fotos: Paulo Witoslawski
                                                                                                   


O vereador Lino Peres participou, neste sábado, 23, da Pedalada Ecológica em Defesa da Ponta do Coral, Ponta do Lessa e Ponta do Goulart. A atividade foi organizada pelo Ilha Verde, técnicos ambientalistas e ecologistas. Os participantes saíram do trapiche da Beira-mar Norte. Além dos ciclistas havia uma equipe de técnicos de esportes aquáticos que circundaram toda a área, bordas, orlas, prainhas, costões, vegetação de proteção das margens do manguezal do Itacorubi e a foz do rio Itacorubi, verificando a situação da área.
“A iniciativa é fundamental para que cada vez mais a população de Florianópolis se sensibilize para a necessidade de mais áreas pública de lazer na Capital. Nesse sentido, a Ponta do Coral é um lugar privilegiado por propiciar estreito contato com a natureza, devendo ser uma área 100% pública”, destaca Lino.
Na sessão de terça-feira, 19, na Câmara de Vereadores de Florianópolis, o vereador reafirmou sua posição quanto a Ponta do Coral 100% pública ao votar SIM na proposta de revogação do alvará do projeto do hotel-marina, previsto para ser construído no local. Os outros três votos favoráveis foram dos vereadores Afrânio Boppré, Tiago Silva e Pedro Silvestre (Pedrão).
Três vereadores se ausentaram na sessão ou se abstiveram de votar. Por maioria, os vereadores votaram contra a proposta de revogação do alvará.
A transformação da Ponta do Coral em área 100% pública e com destinação ambiental e cultural é uma das bandeiras do vereador Lino Peres e do movimento, que desde os anos 80 defende propostas concretas para a destinação pública da área. Lino vai seguir lutando para, na Câmara, viabilizar a concretização do uso daquele espaço por toda a população de Florianópolis.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Lino Peres dá voto favorável à Moção de Repúdio contra a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado


O vereador Lino Peres deu voto favorável à Moção de Repúdio contra a eleição do atual presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, em votação ocorrida na sessão de terça-feira, 19 de fevereiro, na Câmara de Vereadores de Florianópolis.
A moção foi apresentada pelos vereadores Tiago Silva (PDT) e Pedro de Assis Silvestre (PP). Quatorze vereadores abstiveram-se de votar, três votaram contra a moção de repúdio, dois se ausentaram e somente quatro, Lino, Afrânio Boppré (PSOL), Pedro Silvestre e Tiago Silva foram favoráveis, votando SIM. Renan Calheiros foi empossado presidente do Senado no início do mês, mesmo respondendo por improbidade, tráfico de influência e crime ambiental.

O resultado da votação foi motivo de indignação por parte dos vereadores favoráveis à moção, iniciativa que surgiu a partir da vontade popular. Há manifestações contra a eleição de Renan Calheiros em todo o país, e nesta tarde de domingo, 24 de fevereiro, haverá protesto na avenida Beira-mar Norte, em Florianópolis.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ato no Ticen informa população sobre atentados em SC

O vereador Lino Peres participou na quinta-feira, 21 de fevereiro, de Ato do Ticen, onde foi distribuído o Jornal do Ônibus, com informações sobre os atentados em SC. Veja abaixo o vídeo com a fala do vereador.





quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A Lei da Mãe Terra: um novo momento da luta na Bolívia

Elaine Tavares  - jornalista

O presidente boliviano, Evo Morales, encerrou no último dia 15 de janeiro um importante ciclo de luta contra o latifúndio no país, quando promulgou a Lei da Mãe Terra e Desenvolvimento Integral para Bem Viver. Com ela, o Estado pretende equilibrar a posse da terra e garantir direitos à natureza, visando em última instância que as pessoas possam viver bem, com qualidade e em harmonia com a terra. "Temos que trabalhar para viver bem e garantir o que necessitamos. Não mais que isso", afirmou o presidente, para o qual o consumo desenfreado capitalista é um dos grandes responsáveis pela destruição do planeta.

Quando Evo Morales assumiu o governo em 2006 a Bolívia praticamente não tinha uma lei que garantisse a legalidade das terras comunais, assim como crescia o latifúndio na região oriental, inclusive garantido na famosa reforma de 1953, a qual permitia que uma única propriedade pudesse ter até 50 mil hectares. Não foi sem razão que partiu de Santa Cruz de La Sierra a primeira grande onda de protesto contra o governo de Morales, ainda em 2008, quando a Bolívia chegou quase a uma convulsão social patrocinada pelos fazendeiros da região. Eles não queriam a aprovação, na Constituição, do limite de até 5 mil hectares propriedade. Naqueles dias houve um plebiscito sobre o tema e mais de 80% do país votou favorável a diminuição do tamanho da propriedade. Era uma primeira queda de braço vencida.

Agora, essa nova legislação, nascida do debate permanente com a organizações sociais, garante a proteção da Mãe Terra, assim como recupera e fortalece os saberes locais e conhecimentos ancestrais. O capítulo I trata dos objetivos e princípios. No artigo primeiro fica estabelecido que é dever do Estado Plurinacional e da sociedade garantir os direitos da Terra. No artigo segundo estão definidos os princípios que regem a lei: harmonia (a ação humana deve equilibrar-se com os ciclos e processo da terra), bem coletivo (os interesses sociais e coletivos são mais importantes que os interesses individuais), garantia de recuperação da terra (deve-se dar tempo para que a terra se recupere e se adapte às perturbações, regenerando-se sem mudar suas características), respeito, não mercantilização e interculturalidade.

O capítulo II dá conta da definição e do caráter da Mãe Terra. Estabelece que ela é um sistema vivente dinâmico formado pela comunidade invisível de todos os sistemas de vida e dos seres vivos inter-relacionados, interdependentes e complementares que compartilhar um destino comum. Define ainda que os sistemas de vida são as plantas, animais, micro organismos e outros seres onde inter atuam comunidades humanas com suas práticas produtivas e culturais com suas respectivas cosmovisões de nações, indígenas e afrodescendentes. Como caráter jurídico a Mãe Terra aparece como sujeito coletivo de interesse público e a população boliviana tem o dever de zelar pelos seus direitos.

No Capítulo III estão listados os direitos garantidos à Terra: o direito à vida, com a manutenção do seus sistema e dos processos naturais; o direitos à diversidade garantindo que nada seja alterado geneticamente ou modificado de maneira artificial; o direito à água, garantindo a preservação, a quantidade e a qualidade; direito ao ar limpo, ao equilíbrio, à restauração e a viver livre de contaminação. Aqui, nesse capítulo define-se claramente a proibição aos transgênicos e o combate à mineração que tanta destruição ambiental vem causando na América Latina.

O capítulo IV estabelece as obrigações do Estado e da sociedade e ali estão definidas a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas para a proteção da natureza, para o consumo equilibrado, contra a mercantilização, pela soberania energética, pelo desenvolvimento de energia limpa. Também estabelece os deveres das pessoas no cuidado com a terra, na promoção da harmonia, na participação da construção das políticas, nas práticas e hábitos que se harmonizem com a proteção, na denúncia de tudo que atentar contra os direitos da terra. Finalmente, o artigo final (10) cria a Defensoria da Mãe Terra que tem por missão velar a vigiar pelo cumprimento da lei.

Mas o que é considerado um avanço tremendo para a maioria da população não está sendo bem visto pelos grandes proprietários. Com a lei, que aparece de forma singela, fica comprometido todo um projeto que as grandes empresas transnacionais tem para o país, dono de riquezas minerais imensas. Como a elite boliviana tem ligação visceral com esse projeto que se projeta desde fora, a resposta promete ser forte. A Lei da Mãe Terra acaba se contrapondo à mineração, aos mega projetos energéticos, aos transgênicos e muitos de seus artigos necessitam leis complementares. Essa será uma nova batalha a ser travada. 

O presidente da Associação Nacional de Produtores de Oleaginosas e Trigo, Demetrio Pérez, deu declarações nos jornais afirmando que proibir os transgênicos é colocar travas no desenvolvimento produtivo. E já avisou que no processo de discussão das leis complementares eles estarão atuando. Também o presidente da Confederação de Criadores de Gado da Bolívia, Mario Hurtado, acredita que a nova lei trará muitas incertezas para os proprietários e eles haverão de agir.

De qualquer forma, ainda que venham novas lutas, a Bolívia deu um passo importante em nível mundial ao reconhecer a condição "sagrada" da terra, recuperando elementos ancestrais da cultura andina que nunca deixaram de existir, embora estivessem escondidos sob o domínio colonial e depois nos sucessivos governos de marionetes.  A terra vista como "Pachamama", não na sua percepção folclórica ou anacrônica, mas como um sistema vivo, no qual o ser humano é só mais um elemento. Garantir o equilíbrio desse sistema passa a ser fundamental também para a sobrevivência da espécie. 

A lei sobre o direito da Terra não está sozinha dentro do complexo sistema de "justiça climática" que está em voga hoje no país. Também existe a Lei da Revolução Produtiva (com amplo apoio ao pequeno e médio produtor), o processo de distribuição de sementes de qualidade, o seguro agrícola para ajudar em casos de desastres naturais e o Observatório Ambiental. Cada uma dessas iniciativas formam um sistema para garantir a segurança alimentar da população assim como a proteção da terra.

A questão ambiental, que o sistema capitalista tenta impor ao mundo como um problema causado sempre pelo "outro", se resolve assim mesmo. Cada microrregião do planeta pode cuidar  de si, garantindo a proteção à terra e tornando possível que a sociedade assuma o definitivo controle sobre seu ambiente, atuando de maneira protagônica no processo e não apenas como quem denuncia. Agora, na Bolívia, esse é o desafio. Cada pessoa tem o direito e o dever de atuar na proteção e na formulação das políticas.  E, além das leis que asseguram a proteção à Pachamama ainda poderão contar com o Fundo Plurinacional da Mãe Terra, formado de verbas públicas e privadas, para que seja possível administrar essa nova foram de interagir com a natureza. 

Uma nova fase da luta pelo equilíbrio da vida começa agora na Bolívia. Não vai ser coisa fácil e precisa de tempo para se fortalecer e vingar. 

Veja a lei, na íntegra, no sítio:


Vídeo fala sobre situação da Lagoa

A Luta da Lagoa da Conceição pode se vista em
http://www.youtube.com/watch?v=rRqphNPzJVg&feature=share&list=UUO-jaP-Z_2KmGObxnP0Sxng
O mandato, que participou do Ato mencionado no vídeo, também esteve na reunião de terça passada, na Lagoa, e logo divulgará o resumo do que foi conversado.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Empreendimento na Ponta do Coral está suspenso por decisão judicial

O empreendimento na Ponta do Coral está suspenso por decisão do desembargador federal Luiz Castro Lugon, do Tribunal Regional Federal, de Porto Alegre. O texto do magistrado reitera algumas citações importantes, como essa a seguir: 

1. "...não há que se falar em Área Urbana consolidada quando se trata de ambiente marinho. Segundo o EIA (...) 86% da área a ser ocupada pelo empreendimento encontra-se atualmente em ambiente marinho, ou seja, 86% da área do empreendimento não é área urbana consolidada"

Esse posicionamento fortalece nossa luta para tornar esta área 100% pública e servirá de argumento para revogar o alvará do empreendimento. O processo só poderá continuar se houver participação e aprovação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) no licenciamento ambiental, e autorização da SPU (Superintendência do Patrimônio da União).

Na sessão desta segunda-feira, 18, novamente a Ponta do Coral volta à pauta na Câmara de Vereadores de Florianópolis, no requerimento do vereador Edmilson Carlos Pereira Júnior, que pede a realização de uma audiência pública no âmbito da Comissão do Meio Ambiente, a fim de discutir alternativas para o empreendimento privado na Ponta do Coral. Já a proposta do mandato é que o debate seja pela Ponta do Coral 100% pública. Seguindo essa diretriz, eu e mais oito vereadores, em um requerimento de iniciativa do vereador Afrânio Boppré, solicitando a revogação do alvará de licença de construção do Parque Marina Ponta do Coral. Os debates sobre a Ponta do Coral não devem partir da construção de qualquer empreendimento, e sim como área pública para uma cidade carente de áreas de lazer.

Ato no sábado reivindicou soluções para problemas que afetam a Lagoa da Conceição



Fotos: Míriam Abreu

O vereador Lino Peres compareceu na manhã de sábado, 16 de fevereiro, na Avenida das Rendeiras, do Ato organizado pelo Fórum das Entidades Comunitárias da Bacia da Lagoa. Em Carta Aberta à comunidade e aos visitantes, as entidades que compõe o Fórum apontaram uma série de problemas na rede de esgoto, além de construções clandestinas, águas e areia contaminadas por coliformes fecais de animais, saúde e educação precárias, falta de segurança e de espaços públicos de lazer e a necessidade de valorização da cultura açoriana.
Lino conversou com lideranças comunitárias sobre o trabalho do mandato em relação aos problemas, entre eles os ligados ao saneamento (leia mais em http://professorlinoperes.blogspot.com.br/2013/01/resolver-falta-de-agua-implica-revisao.html).


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Encontro de Mulheres Petistas de Santa Catarina

A assessora de gabinete, Vanda Pinedo, compareceu ao Encontro de Mulheres Petistas de Santa Catarina, que se realiza nesta sexta e sábado, 15 e 16 de fevereiro, em Porto Belo, representando o vereador Lino Peres, que encaminhou sua manifestação para leitura:

"Saúdo todas as mulheres petistas neste importante encontro em que se discutirá a mulher na política e a política para as mulheres, temas centrais para a construção de nosso partido e para que a mulher efetivamente ocupe o espaço que conquistou em uma sociedade ainda opressora em relação a gênero, raça e profundamente desigual nas questões de classe.
Ainda que tenhamos avançado no campo dos direitos da mulher conquistados há algumas décadas, um pauta de demandas neste tema está em construção. Precisamos, para além do socialismo, lutar por uma sociedade de homens e mulheres livres de toda a opressão.
Neste encontro, é preciso debatermos os motivos pelos quais ainda precisamos lutar pela cota para as mulheres no partido, o que, apesar de ser uma conquista, encontra obstáculos entre os companheiros? Trata-se somente de um problema numérico e/ou também de aspectos culturais bem mais profundos, para além de ser de esquerda ou progressista? De que forma o partido efetivamente atua para que a entrada das mulheres na vida política não se faça apenas para preencher a cota e sim para construir um amplo e permanente processo de formação e de acompanhamento das mulheres que têm como um dos projetos de vida atuar na política?
Deixo aqui estas reflexões, esperando que este encontro ajude a superar antigas barreiras institucionais e pessoais dentro e fora de nossa instância partidária.
Colocamos nosso mandato à disposição para ser caixa de ressonância da pauta de luta que sair deste encontro e de outras iniciativas centrais para a pauta em discussão."
Saudações petistas e socialistas.
Vereador Lino Peres

Lino Peres questiona o suposto controle do estado

O vereador Lino Peres participou ontem de reunião no gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Florianópolis, com a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada Faraco De Luca. Na pauta, o transporte coletivo, a segurança e o sistema prisional do estado de Santa Catarina. Ficou claro, na reunião, que, apesar das providências tomadas, o governo do Estado e a secretaria de Estado da Justiça e Cidadania não estão no controle da situação, que atinge fortemente a população mais vulnerável, que precisa de ônibus, além de motoristas e cobradores.

As intervenções de Lino Peres foram as seguintes: apoiado em depoimentos e conversas com entidades que estiveram na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, questionou a secretária sobre os encaminhamentos feitos pelo juiz corregedor Alexandre Karazawa Takaschima, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina,  que esteve na penitenciária acompanhado por membros da Brigadas Populares, no início de fevereiro.

Naquela ocasião, foi constatado que entre as medidas mais urgentes estavam um pedido de análise da água e alimentação para a Vigilância Sanitária Estadual, e um pedido para o Deap de fornecimento de colchões e kits de higiene pessoal para os presos, além do pedido em caráter emergencial do aumento no número de médicos porque só um profissional fazia o atendimento de quase 1.200 presos. Os detentos também pedem mais dentistas já que somente um faz o atendimento no período da tarde, um infectologista e o melhor atendimento às famílias, principalmente as mulheres que são submetidas a situações de constrangimento.

Na reunião, a secretária alega que os recursos provenientes do governo federal são insuficientes para atender às solicitações, o que é questionado pelo vereador Lino Peres, porque existem recursos do Fundo do Ministério da Justiça destinados a melhorias à ampliação e construção de penitenciárias. “Essa situação é resultado de um processo de sucateamento que se arrasta há décadas e da ausência de políticas públicas que levem a melhor distribuição de renda e de políticas de emprego e assistência social como um todo. Aguardamos para aproxima semana os resultados do que a secretária afirma que irá fazer. Urge, entre outras medidas já citadas o chamamento da Força Nacional para reforçar a segurança dos municípios atentados, particularmente Florianópolis”, diz o vereador.

 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vereador participa de reunião com secretária de Justiça e Cidadania

    Foto: Rosane Berti
Na tarde desta quinta-feira, 14, o vereador Lino Peres participa de reunião no gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Florianópolis, com a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada Faraco De Luca. Na pauta, o transporte coletivo, a segurança e o sistema prisional do estado de Santa Catarina. Detalhes da reunião serão postados mais tarde.

Vereador defende que Arvoredo seja mantido como Reserva Biológica


Na sessão desta quarta-feira, 13 de fevereiro, junto com outros vereadores e Afrânio Boppré, autor da Moção N. 001/2013, de protesto da Câmara Municipal de Florianópolis ao Projeto de Lei n. 4.190/2012, tramitando na Câmara Federal que recategoriza a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo em Parque Nacional Marinho do Arvoredo, que foi aprovada, Lino Peres defendeu a necessidade de manter o arquipélago do Arvoredo na categoria de Reserva Biológica.
Lino Peres lamentou que comunidades da Baía Norte não tenham sido ouvidas ou convidadas a participar dos debates durante a sessão que tratou de tema de grande importância. Para o vereador, “a Reserva Biológica não deve ser caracterizada como Parque, flexibilizando-se um controle ambiental dos órgãos federais, o que não evita a visitação, mas que seja consciente como trabalho educativo e ambiental, prevendo-se um plano de manejo, conforme prevê o Sistema Nacional de Unidade de Conservação”, afirma.

Lino Peres acrescenta ainda que "deve-se evitar na região do Arquipélago do Arvoredo o que ocorreu com a parte sul e costeira da Grande Florianópolis, com a expansão imobiliária em área de reserva ambiental da Serra do Tabuleiro.”

Lino Peres acompanha assembleia de trabalhadores da Comcap

                 Crédito: Acervo Gabinete Lino Peres

Nesta quinta-feira, 14, o vereador Lino Peres esteve na assembleia dos trabalhadores da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), na qual foram debatidos três temas: o plano de aposentadoria de mais de 140 funcionários, o Plano Municipal de Resíduos Sólidos e a revogação da licitação do estacionamento localizado no Aterro da Baía Sul, hoje da administração da Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov), para empresa Multipark. A categoria decidiu pela paralisação por 24 horas, exigindo do prefeito um posicionamento sobre as questões citadas. Caso não tenham retorno do prefeito em 15 dias, a decisão será pela greve. Na segunda-feira, dia 18, às 14h, haverá reunião dos setores: prefeitura, Comcap e Sintrasen para iniciar as tratativas sobre as aposentadorias.

O vereador Lino Peres colocou o gabinete à disposição dos trabalhadores, informando que estará atuando juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasen) na defesa da demanda da categoria e com os demais municipários. “Como professor universitário tenho trabalhado desde a década de 80 pelo Plano de Cargos e Salários e me solidarizo com a luta desses trabalhadores, cuja função é fundamental para a limpeza urbana e reciclagem sustentável de resíduos sólidos, que hoje faz parte de um programa nacional de saneamento e aproveitamento de material reciclável”, diz o vereador.

Na sequência da assembleia da Comcap, Lino Peres acompanhou os trabalhadores até a assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Grande Florianópolis (Sintraturb), que tratava do problema do transporte coletivo, da falta de segurança devido aos atentados e também da paralisação da categoria. Os funcionários da Comcap se solidarizaram com os trabalhadores do Sintraturb e depois seguiram em passeata em direção à prefeitura, onde realizaram breve assembleia, que elegeu uma comissão de representantes para levar as reivindicações para o prefeito.

O vereador Lino Peres participou das conversações com o chefe do Executivo. Além de reconhecer o sucateamento da Comcap, o prefeito diz que fará um estudo sobre o impacto financeiro para a aposentadoria dos 87 funcionários, que em três anos serão 147. Quanto ao segundo ponto, referente ao Plano de Resíduos Sólidos, disse que fará um novo processo licitatório com dinheiro da prefeitura porque a gestão anterior da Casan não deixou recursos em caixa.

Ao mesmo tempo, o prefeito observou que continuará pleiteando a verba que seria proveniente da Casan. Quanto à volta do estacionamento, que hoje está prestes a passar para uma empresa paulista, em uma concessão de 20 anos, disse que como chefe do executivo não há o que fazer. De acordo com ele, o processo licitatório foi concluído e não há como alterar, sob o risco de responder por improbidade administrativa.

A comissão da Comcap levará o posicionamento do prefeito para assembleia de retorno, para que os demais trabalhadores se manifestem. “É necessário que a Casan continue pública e que seus trabalhadores sejam valorizados em termos salariais, de carreira e condições de trabalho, para garantir uma cidade efetivamente sustentável”, afirma Lino Peres. O vereador segue acompanhando e informando sobre os desdobramentos desse caso.

Lino Peres convida movimentos ambientais a participar das sessões sobre a Ponta do Coral


Convido os movimentos ambientais a assistirem aos debates que já surgem na Câmara de Vereadores de Florianópolis, com referência à Ponta do Coral. Na sessão desta quarta-feira, 13 de fevereiro, o assunto voltou à tona. O tema já vem sendo pautado na Casa inclusive por vereadores que não defendem a Ponta do Coral como área pública. Diante disso, convidamos os movimentos ambientais a acompanhar os debates que estão acontecendo. É importante e urgente a manifestação das organizações sociais diante do tema, além da presença das entidades nas próximas sessões que tratarão do assunto. Assinei junto a outros seis vereadores um requerimento de suspensão do alvará da Ponta do Coral. Devido a isso, a iniciativa precisa da mobilização popular, para que não tenha o risco de não ser aprovada.

Vereador Lino Peres pede sessão especial com deputados estaduais



Na sessão da Câmara de Vereadores desta quarta-feira, 13, o vereador Lino Peres (PT) solicitou que o presidente da Casa, César Luiz Faria, convidasse os deputados estaduais a participar da reunião que acontece nesta quinta-feira, às 17h, no gabinete da presidência do Legislativo. Na pauta, o problema da segurança e do transporte coletivo em Florianópolis, mas focado na raiz da questão, o sistema prisional.

À tarde, o vereador esteve reunido com a deputada estadual Ana Paula Lima, também petista, com o objetivo de discutir o assunto, levando-se em conta que mais um coletivo foi atacado na manhã desta quarta-feira, na Tapera.

Na tentativa de ampliar a discussão sobre o tema e buscar soluções concretas o mais breve possível, o vereador pede a presença dos integrantes da Assembleia Legislativa (AL) e de trabalhadores do transporte coletivo em uma sessão especial antes agendada com a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada Faraco De Luca.

“É fundamental que este tema seja tratado de forma articulada entre os legislativos da região metropolitana de Florianópolis e com a AL, pois é um problema estadual. Nesse sentido, está sendo criada uma Frente Parlamentar Mista, aprovada por unanimidade na sessão de ontem na Câmara de Vereadores de Florianópolis, composta por parlamentares estaduais e municipais”, afirma o vereador. No Plenário, Lino Peres destacou ainda o avanço democrático da decisão dos demais legisladores, diante da importância que o assunto merece.

Assim como o tema citado, outros têm urgência em receber tratamento semelhante, como o saneamento, a mobilidade urbana e o transporte público, o Plano Diretor e a habitação. Também preocupado com essas questões, o vereador Lino Peres continua trabalhando para que a sociedade não fique refém da ausência de uma política efetiva de segurança que tem origem no sistema prisional.