domingo, 29 de setembro de 2013

Audiência Pública discute situação da AFLOV

O vereador Lino Peres Lino participou da Audiência Pública da Associação Florianopolitana de Voluntários (AFLOV), realizada no dia 24 de setembro, no âmbito da Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação, com a finalidade de discutir e buscar soluções para a situação da entidade. Lino é favorável à transparência das ações praticadas pela AFLOV e de medidas que possibilitem a recuperação de ações sociais que a entidade historicamente desempenha, e que foram sendo perdidas ao longo dos anos. Há que se diferenciar as ações da Aflov da gestão municipal, preservando a autonomia da Associação.
Os problemas da Aflov já haviam sido levantados em 2011, quando Lino assumiu, durante cerca de dois meses, a vaga do titular, o então vereador Márcio de Souza, que deixou a Câmara para ser secretário de Turismo, a convite do ex-prefeito Dário Berger. Lino, que era suplente, na ocasião participou de sessão especial em quem a  Administração da Aflov prestou informações aos vereadores sobre supostas irregularidades na Associação e dúvidas sobre a destinação dos recursos gerados pelos estacionamentos. Lino posteriormente apoiou e assinou o requerimento de abertura de CPI para investigar os fatos. Com a CPI prestes a ser instalada, Dário Berger exonerou Márcio de Souza, que voltou à Câmara, e a CPI, por número insuficiente de assinaturas, não foi instalada.

Entre os encaminhamentos da Audiência na Câmara, no dia 24/09, foi solicitado o empenho de todos os envolvidos em resolver as questões sem prejuízo aos trabalhadores da entidade. Além disso, soluções financeiras serão encaminhadas e o Ministério Público Federal será acionado para ajudar a resolver as questões jurídicas. Lino destaca que, assim como a avaliação da Aflov, todos os atos dos órgãos municipais, sob a Lei da Transparência, devem ser amplamente discutidos e estarem sob o controle da Câmara e da sociedade. 

Lino será delegado na 5° Conferência Nacional das Cidades

O vereador Lino Peres participou da 5° Conferência Estadual das Cidades, realizada nos dias 26 e 27 de setembro em São José, e foi eleito um dos quatro delegados para a 5° Conferência Nacional das Cidades, representando o setor legislativo na delegação catarinense. A etapa estadual debateu a definição do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano para o país, a ser implementado na esfera estadual e municipal, com o debate de propostas em quatro eixos temáticos: participação e controle social no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano; Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano; instrumentos e políticas de integração interssetorial e territorial e políticas de incentivo à implantação de instrumentos de promoção da função social da propriedade. Saíram delegados nos setores do poder público (estadual e municipais), categorias profissionais e empresariais, organizações do movimento social e ONGs e academias. 

Aterro da Baía Sul: planejamento exige iniciativa integrada e metropolitana

O mandato do vereador Lino Peres já divulgou a avaliação geral da Audiência do Aterro da Baía Sul, em http://www.professorlinoperes.blogspot.com.br/2013/09/fragmentacao-institucional-ainda-marca_19.html

Veja abaixo mais textos informativos sobre a Audiência e os encaminhamentos propostos.

A Audiência do Aterro da Baía Sul, no dia 17 de setembro, foi aberta pelo vereador Marcos Aurélio Espíndola, presidente da Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo da Câmara, no âmbito da qual foi realizada a atividade, e depois coordenada pelo vereador Lino Peres. Na audiência, Lino destacou que há uma memória que é preciso resgatar sobre a construção do Aterro, criado com finalidade rodoviarista e lugar do centro administrativo do estado. O Aterro chegou a ser um parque com a proposta do arquiteto Roberto Burle Marx e sua equipe no final dos anos 70, que procurou dar uma qualificação urbanística e paisagística para essa importante área da cidade. Mas, com o passar do tempo, várias intervenções foram desqualificando a área.
Na gestão de Angela Amin, foi realizado concurso público para a revitalização do Aterro, e a equipe coordenada pelo arquiteto André Schmitt foi a vencedora. Porém, a proposta não foi viabilizada e perdeu-se a ideia global para o aterro, havendo depois várias intervenções desconexas entre si, como, por exemplo, estacionamentos de ônibus, camelódromo e a Passarela Nego Quirido.
Nesse sentido, Lino mencionou o exemplo do Sydney Opera House, um marco australiano em que as formas das coberturas expressam os valores simbólicos de velas de um grande barco ancorado na orla. Nesse sentido, destacou o vereador, “o Aterro carece de borda marítima e de arquitetura que o requalifique, com espaço para crianças, idosos, que tenha caráter local, para todos os moradores”. O Centrosul atendeu demanda turística, mas carece de arquitetura. Lino finalizou sua fala enfatizando a necessidade de a população saber o que os órgãos públicos estão pensando e fazendo em relação ao Aterro, para o qual as intervenções exigem uma  iniciativa integrada e metropolitana.


Projetos para o Aterro devem levar em conta o Plano Diretor

O coordenador da Federação das Entidades Ecologistas Catarineses (FFEC) e membro do Núcleo Gestor Municipal do Plano Diretor Participativo de Florianópolis, Gert Schinke, foi o primeiro convidado a expor na Audiência Pública do Aterro da Baía Sul. Ele destacou que igualmente representa um grupo de militantes que labutam há oito anos para que a cidade tenha um Plano Diretor Participativo (PDP). Ele lembrou que desde 2006 as representações dos distritos da Capital, com legitimação inquestionável, fazem essa luta. Na gestão de Dário Berger, o processo foi paralisado por dois anos, mas se conseguiu obrigar a Prefeitura a retomar o PDP. Nesse intervalo a quantidade de construções na Capital explodiu de maneira caótica. Os governantes não conseguiram avaliar a importância do Plano Diretor, e agora expõe-se essa precariedade verificada na Capital. Gert disse que o processo, retomado pelo prefeito Cesar Souza, tem que ser bem administrado, senão chegará próximo da situação exposta.
Para Gert, o PD tem relação direta com a questão do Aterro. Ele lembrou que, ao contrário de alguns distritos que fizeram uma discussão profunda, o distrito-sede teve uma discussão de Plano Diretor muito precária, mesmo sendo o lugar de moradia de boa parte da população. Na fala, ele também recuperou o processo de construção do museu Iberê Camargo, em Porto Alegre, que se acomodou à paisagem da orla sem implicar grandes obras de infra-estrutura: “Foi bastante qualificado e serviria como exemplo para mostrar o contrário de tremendas obras, que muitas vezes são feitas somente para deixar placa para governante da hora”.  
Gert disse ainda que um projeto para o Aterro deve se harmonizar com a paisagem, destacando também que o desenho deve valorizar a ponte Hercílio Luz, que é um símbolo de destaque. Gert finalizou pedindo o empenho dos vereadores na questão do Plano Diretor pela defesa da legitimidade das discussões nos distritos, onde as audiências envolviam dezenas de pessoas, e destacou como oportuna a Audiência Pública do Aterro.

Aterro para uso do sistema viário
A Superintendente do Patrimônio da União em Santa Catarina, Isolde Espíndola, abriu sua fala afirmando que é importante discutir a Baía Sul com um todo, enfatizando que, quando se fez o Aterro, ele foi ocupado de forma não muito organizada, e depois o Poder Público também fez ocupações inoportunas: “Nunca se discutiu o todo, ficou uma colcha de retalhos, há coisas que não poderiam estar ali por questão legal”. Isolde falou sobre a missão da SPU, de cuidar da área pública para que efetivamente sirva a todos. O Aterro é da União porque a Constituição Federal e um decreto específico dizem que são terrenos de marinha os acrescidos, que podem ser naturais ou artificiais. Nesse sentido, quando se faz aterro por interesse público, ele tem que ser público.
Isolde fez um histórico da ocupação do Aterro, lembrando que, quando foi feito o pedido, era de quatro áreas para aterrar, para viabilizar o acesso e saída das pontes. Em 1974 foi assinado o contrato de cessão por aforamento e passada a cessão para o Estado. Em 94, o Estado transferiu para o município por decreto, e em 97 o município passou parte da área para a Aflov. Em 2000, o Estado manifestou-se no sentido de não mais ter interesse e reverteu a área para a União. Desse modo, a área, sendo da União, é para sistema viário, localização de órgãos públicos e equipamentos comunitários, todos públicos. Isolde citou o caso do Direto do Campo e do Camelódromo, que se caracterizam como ocupação privada e não poderiam estar ali No entanto, ressaltou, é o município que determina o uso, não a União, porque é o município o responsável pelo zoneamento.
Isolde citou a série de aterros já feitos para o sistema viário, como a área da Alesc, a do túnel até as pontes, do túnel para aeroporto, a Beira-mar continental São José e agora em Barreirros-Biguaçu, e mesmo assim não dá conta de atender a demanda, o que mostra a necessidade de se pensar em transporte público. Ela também mencionou a lista de ocupações do Aterro e a situação de cada uma, mencionando que, na administração passada da Prefeitura, a SPU chegou a recebeu três pedidos de secretaria diferentes para coisas diferentes para o mesmo lugar.
É preciso, disse Isolde, que se defina o aproveitamento da área como um todo, e nesse sentido ressaltou a importância do Plano Diretor e da Câmara de Vereadores não aprovar mudanças de zoneamento, como foi o caso para o uso da polícia civil, que não foi cedido. Destacou que a comunidade precisa se envolver, assim como acompanhar as discussões do Projeto Orla, que é federal, até porque, em alguns locais, a orla no Aterro está muito degradada. Ela avaliou que é preciso também discutir a ocupação da Via Expressa Sul, porque não são áreas de um bairro, são áreas da cidade, e tem que ter esse aproveitamento para toda a cidade.
Após a fala de Isolde, o vereador Pedro de Assis Silvestre manifestou-se, dizendo que está se buscando estimular a participação da população envolvendo a Câmara no debate. Destacou que sucessivas administrações não conversam, não convergem, não tem visão de futuro, e o Aterro é uma amostra do que houve com a cidade nas últimas décadas, estando próxima ao ponto de colapso, com falta de água, falta de saneamento e ocupação desordenada de encostas. Ele deixou o convite para que todos participem das discussões do Plano Diretor.
Na sequência, as diretrizes do Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto Orla) foram apresentadas, na Audiência, pela Chefe da Coordenação de Projetos Especiais (COPRE) da SPU, Adelina Cristina Pinto, a Kica, e pela arquiteta Mariana Claro. Foi explicado que o Ministério do Meio Ambiente e a SPU chamam municípios para que se faça uma gestão integrada. Florianópolis integrou-se na Administração passada, e Kika destacou a importância de a sociedade participar do projeto. Já foram feitos quatro seminários e se priorizou quatro setores, sendo que agora serão feitas as oficinas.


Iniciativa privada apresentou projetos de mobilidade que usam Aterro

Dois projetos elaborados por empresas privadas, por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), via SCParcerias, com base em parceria público-privada, foram apresentados na Audiência Pública pelo representante da SCParcerias, Guilherme Medeiros. Os projetos são do Grupo CCR e do Consórcio Floripa em Movimento. Medeiros explicou que os projetos já foram recebidos, mas ainda não houve avaliação, e ambos têm que ser discutidos.
Em seguida, o secretário adjunto de Urbanismo e Meio Ambiente do município, César Floriano, apresentou o projeto de requalificação do Aterro da Baía Sul, que inclui uma rampa de acesso exclusivo para pedestres conectando a área próxima ao Miramar, atravessando o Aterro, até o Centrosul, prevendo abaixo locais para Direto do Campo e Camelódromo, assim como áreas de lazer.
César destacou que qualquer ação sobre a ilha tem que levar em conta o cenário paisagístico. César fez um histórico desde os anos 60 e 70, quando o modelo de urbanismo era um modelo de progresso, e a ênfase nisso fez com que se perdesse, no caso do Aterro, o contato com o mar. Ele mencionou o projeto de Roberto Burle Marx, que começou a ser implantado em meados dos anos 70, mas não houve continuidade, e o que ficou virou “arqueologia”, embaixo de outras estruturas. Não há, avaliou, possibilidade de retomar o projeto de Marx, mas agora é preciso requalificar pensando também que a cidade mudou, e há novas demandas de mobilidade.


Propostas para o Aterro devem contemplar plano de participação popular

Depois da apresentação dos gestores públicos sobre o Aterro da Baía Sul, os participantes apresentaram várias propostas. Houve preocupação com novos aterros, que causam impactos, sendo importante evitar os desnecessários, até porque são em áreas de baías. Também foi ressaltada a necessidade de que o projeto pronto seja exposto e divulgado para a comunidade e se aceitem propostas de modificação do projeto.

Veja mais propostas da Audiência a seguir:

- que a atual Administração promova concurso público de projeto para a área;

- A segurança e prevenção ao crime também podem ser dar através do desenho urbano, e é bom que isso seja contemplado no projeto para o Aterro, como: iluminação; que o Aterro “converse” com o Maciço do Morro da Cruz, que tem uma nova dinâmica em função do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); uso não sazonal dos espaços.

- Que a Câmara de Vereadores avoque para si, também, a discussão sobre a Beira-mar no Saco dos Limões.

- que se compatibilizem os projetos do município, do estado, e que a SCParcerias chame à mesa todos os envolvidos, porque não adiantar ter propostas paralelas. Avaliar a questão patrimonial e verificar o que pode ou não ser feito no Aterro. É preciso ver todas as possibilidades, observando o Plano Diretor. O teleférico precisa ser discutido de forma ampla, relacionada a todos os modais. Não tomar iniciativas individuais e se gastar tempo e dinheiro sem planejamento. A Prefeitura deve centralizar as discussões.

- garantir que praças, bares, dêem visibilidade para o mar; que novas passarelas tenham elevador para cadeirantes; no terminal marítimo, que haja estruturas de visitação; que se façam melhorias para a pesca artesanal no Aterro da Via Expressa Sul, como trapiches com trilho, melhorias nos ranchos, arborização mais densa para proteção contra o vento sul, e não pontual; que o projeto contemple várias modalidades de esportes; que se atue na estrutura da Casan na cabeceira da ponte, para evitar mau cheiro, como, por exemplo, pensando na instalação de incinerador de metano.

- que se traga espaço cultural para o centro da cidade, e o melhor lugar é o Aterro; que o projeto pronto seja exposto e divulgado para a comunidade e se aceitem propostas de modificação do projeto.

- que as propostas para mobilidade estejam relacionadas com todas as demais propostas de modais que utilizem o Aterro. 

- que se estruture proposta para reaproximação do mar; que se considere Plano Diretor de mobilidade na proposta do Aterro; que sejam feitos estudos aprofundados para uma estação intermodal, contemplando todas as possibilidades de transporte, marítimo, ferroviário, rodoviário, público, ciclístico; que se articulem diversas funções da cidade; que seja retirado do Aterro o Centro de Eventos, que é incompatível com aquele espaço.

- que se tenha um plano de participação popular para o projeto do Aterro.


- que os diversos órgãos da prefeitura dialoguem entre si através de uma proposta integrada, e essas propostas de âmbito municipal devem estar integradas com as do governo do estado e as formuladas pelos municípios vizinhos.

sábado, 28 de setembro de 2013

Assessora do vereador Lino é agredida no Ticen ao filmar ação truculenta contra cadeirante

O vereador Lino Peres acompanhou na noite de ontem, até a 1ª Delegacia de Polícia da Capital, a assessora de gabinete Vanda Pinedo, que foi agredida por um segurança do Terminal Central (Ticen) ao filmar, com celular, policiais militares que agiam com truculência contra um jovem cadeirante.
O fato ocorreu por volta das 23 horas. Vanda estava no terminal para pegar o ônibus e viu, assim como outras pessoas, a ação da polícia e dos seguranças do Terminal, contratados da empresa Ondrepsb. Ao filmar o que estava acontecendo, foi contida com uma “gravata” e conseguiu passar o celular ao seu filho, que foi obrigado a entregar o equipamento. Um dos policiais apagou todas as imagens feitas por Vanda. Várias pessoas que estavam no local testemunharam os fatos e também foram até a delegacia para prestar depoimento, assim como militantes do movimento social. Entre as testemunhas também estava um adolescente que foi atingido no rosto por gás de pimenta.
Nesta segunda-feira o mandato do vereador irá prestar mais informações e cobrar providências do Poder Público e das autoridades, especialmente com relação a abuso da autoridade e à forma de abordagem da polícia nas ruas. Outro fato grave é a ação dos seguranças da Ondrepsb, que deveriam estar no local exclusivamente para guarda do patrimônio. Segundo testemunhas, os guardas deram início à ação, que depois envolveu policiais, ao exigir que adolescentes se retirassem da área, sendo que eles estavam fora dos boxes de ônibus. Na delegacia, testemunharam disseram que também não é a primeira vez que os guardas usam prerrogativas que não têm para intimidar passageiros no terminal.
Cabe destacar que Vanda, como assessora do gabinete do mandato, teve a iniciativa de fazer a filmagem ao deparar uma situação de violência contra um jovem em cadeira de rodas, assim como contra adolescentes que estavam no local, sendo então, ela própria, vítima de violência.
Outro fato grave é a ação do policial que apagou as imagens gravados por ela do um celular. Essas imagens eram a prova do que ocorreu. Agora, as únicas imagens disponíveis são as das câmeras instaladas no Ticen. Feita do celular de uma assessora parlamentar, a gravação, depois apagada, seria elemento fundamental para a própria ação parlamentar contra o que ocorreu.

Por fim, destaca-se que foi fundamental a iniciativa de pessoas que, mesmo não tendo sido agredidas, foram até a delegacia testemunhar e, ainda no terminal, manifestaram extrema indignação com o que aconteceu com Vanda, com o jovem cadeirante e com adolescentes também agredidos.  Esse gesto com as vítimas revela a solidariedade de quem, ao ver a injustiça, de imediato coloca-se a lado de quem a sofreu.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Lino participa de Seminário que debate a Região Metropolitana de Florianópolis


Os desafios para efetivar a Região da Grande Florianópolis foram tratados durante o Seminário de Governança Metropolitana, que aconteceu na tarde desta quinta-feira no Plenarinho da Alesc. Lino, que é arquiteto, professor da UFSC e forte conhecedor dos problemas urbanísticos da Capital, compareceu como integrante da mesa.

Na ocasião, foram destacados pontos importantes para a implantação de uma Região Metropolitana que envolva os 22 municípios de abrangência, atualmente. O evento foi uma parceria com o Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis (COMDES), e integrou as atividades da Semana Estadual de Mobilidade Urbana do Parlamento catarinense.

Lino e o coordenador, no IPEA, do Projeto de Governança Metropolitana da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marco Aurélio Costa, falam sobre esses problemas enfrentados pela capital catarinense. (Assessoria de Comunicação do Mandato/Rosane Berti MTb. 7926)



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Florianópolis planejada... em linhas gerais OU o golpe do Plano Diretor


Por Míriam Santini de Abreu - Blog da Revista Pobres & Nojentas


Desde o início da semana a imprensa jaz sob a propaganda do governo Cesar Souza Jr. de “apresentar as linhas gerais do Plano Diretor”, depois de sete anos e “1,5 mil reuniões”. Para engolir um factóide desses, é provável que os jornalistas não tenham participado de nenhuma delas. O fato, sobre o qual parece não ter havido questionamento por parte de jornalistas, é: onde está a última versão do anteprojeto? É aquela de março de 2012? Qual é?

No site da prefeitura até agora não está. Os jornalistas, chequei, receberam um arquivo com diretrizes, e com isso se contentaram. Não sei se algum lembrou de perguntar sobre o texto, aquele que a prefeitura vai levar para as tais 40 oficinas distritais e temáticas. Saberiam, se tivessem perguntado, o óbvio: a prefeitura vai mais uma vez apresentar “linhas gerais”, com se “linhas gerais” definissem o desenvolvimento urbano da Capital. Não serão “linhas gerais” a desembarcar na Câmara de Vereadores em outubro, conforme anúncio do prefeito.

Quem de fato leu a última versão do anteprojeto foi o pessoal do Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo, que ontem recebeu uma missiva eletrônica da Superintendência do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis iniciada assim: “... vimos informar que o Governo Municipal, no cumprimento de suas atribuições e com o único intuito de cumprir seus compromissos públicos, passa a assumir diretamente, em contato permanente com a sociedade, a apresentação do novo projeto de Plano Diretor proposto para a cidade”. Com isso, o Núcleo Gestor foi dispensado.

Ora, e quem é o Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo? São representantes dos distritos da Capital que, desde 2006, lutam para que o crescimento da Capital não fique sujeito apenas à especulação imobiliária. Que, desde lá, representam moradores que se reúnem, debatem e definem diretrizes para suas comunidades. Que se debruçaram sobre a mais recente, de 118 páginas, e as outras versões do anteprojeto, para participar das “1,5 mil reuniões”.

Ao longo desses anos, o Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo conseguiu fazer o que a prefeitura, nessa administração e na passada, decidiu não enfrentar: colocar o tema do Plano Diretor em debate na sociedade. Se dependesse da prefeitura, isso nem iria acontecer. Na gestão Dário Berger, mais de um ano escorreu para que se montassem as bases distritais. A prefeitura nunca colocou no orçamento municipal recurso exclusivo para o Plano Diretor Participativo nem contratou equipe técnica exclusiva para o trabalho. Só neste ano o Instituto de Planejamento Urbano, o IPUF, mereceu alguma atenção, depois de anos sucateado. E nem Dário nem Cesar Souza articularam plano de mídia para conversar com a população sobre o Plano Diretor. As administrações se limitaram a colocar uns anúncios pagos na imprensa.

O Plano Diretor Participativo é o principal instrumento do Planejamento Urbano para efetivar o direito à cidade, definindo os objetivos a serem alcançados em cada área e os instrumentos urbanísticos e ações estratégicas que devem ser implementadas. Mas falar de Plano Diretor é como falar de Edital de licitação para o transporte coletivo, outra seara pela qual a prefeitura vai enveredar com mais um golpe contra a população. São temas áridos. Envolvem conceitos, definições. Cada palavra tem um sentido em disputa, porque as palavras valem. Elas autorizam, proíbem. Significam dinheiro, possibilidades, lucros. Podem significar a garantia de uma cidade possível, onde viver não seja uma experiência angustiante. Mas quem se debruça para pensar sobre isso? Quem informa o que acontece? Quem ajuda os cidadãos a decidir? Certamente não essa prefeitura.

Que se veja o Plano de Ocupação do Solo, por exemplo, que divide a cidade em zonas. Cada zona pode ser ocupada de uma forma, com um certo índice de aproveitamento, dependendo do que diz o Plano Diretor. Abrir mão de saber disso e, principalmente, decidir, cobra um preço alto.

Casa em encosta sujeita a deslizamento, ruas e rodovias mal-feitas, sem acostamento, passeios, ciclovias, edificações em áreas de preservação permanente, ruas imensas, estreitas, que tem nome, mas não tem água nem luz, trânsito prioritário para veículos, e não pedestres. Quem mora em Florianópolis reconhece esse diagnóstico e reclama dele. Mas não necessariamente faz a ponte entre esses problemas e o fato de o Plano Diretor ser o instrumento legal por excelência para ordenar a cidade.

A prefeitura diz que irá convidar “todos para um inédito calendário de reuniões, consultas e audiências públicas, composto de cerca de 40 Oficinas Distritais em 21 localidades de todo o município, um número equivalente de reuniões técnicas com aproximadamente duas dezenas das entidades públicas e privadas representativas de todas as regiões e categorias sociais da cidade, além de cinco Oficinas Técnicas Regionais (Centro, Continente, Norte, Sul e Leste)”. Diz que isso irá “ampliar o número e a representatividade dos partícipes envolvidos com a construção do Plano Diretor”. Sim, mas que peso terão essas oficinas distritais e temáticas na definição do Plano? Terão peso de Audiência Pública? O resultado das oficinas será contemplado no Plano? E de que forma os participantes terão acesso ao anteprojeto, onde não há “linhas gerais”, e sim o que realmente importa, os mapas, os percentuais, as possibilidades de uso? Por que a prefeitura insiste em não usar o resultado de sete anos de debates produzidos nos distritos?

Aqui vale lembrar a Superintendência do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, que mencionou a necessidade de a prefeitura cumprir “seus compromissos públicos” e assim atropelar o Núcleo Gestor. Seriam compromissos com qual público? Há anos os moradores de Florianópolis organizados nos distritos dizem o que querem. Há anos o Plano Diretor não anda. O município agora diz que contratará quatro profissionais “de renome nacional e internacional” para consultoria em áreas específicas do Plano. Será que eles têm mais a dizer sobre a Capital do que quem vive, trabalha, estuda, pesquisa aqui? Renome é garantia de quê? Ora, e a falta de sintonia na prefeitura é tão grande que as diferentes áreas não conseguem se entender nem mesmo sobre o uso de um ponto da Capital, o Aterro da Baía Sul, para o qual toda a semana aparece um projeto novo.

A prefeitura anunciou hoje os principais pontos do Plano Diretor. Seria risível se não fosse trágico! Nem o mais tresloucado defensor de espigões nem o mais empedernido ambientalista nem o mais vendido colunista nem o mais desinformado jornalista seriam contrários a tamanha generalização (veja no final do texto)! A questão é como, para quem, de que forma, em que índices, em que zonas “preservar”, “proteger”, “valorizar”, “equilibrar”!

Sabe-se que há prefeituras que encomendam o Plano Diretor. Vem prontinho, ao gosto dos apoiadores das campanhas eleitorais. Em Florianópolis, a gestão Berger quis fazer isso. Contratou uma empresa argentina. Mas, aqui, se disse não. A capital já foi abocanhada de todos os lados pela especulação imobiliária. Não faltou naco, lote, área, restinga, praia, morro para violentar. E todo o dia vendem a patacoada de Florianópolis como destino turístico, para o visitante encontrar, na temporada, caos no trânsito, falta de água e luz, problemas de saneamento e por aí vai. Só não é pior – em termos urbanísticos, porque há que se reconhecer a beleza paisagística da Ilha, infelizmente mais arborizada do que a “árvore neural” do “trade” turístico - porque “ecochatos”, gestores públicos sérios, promotores, procuradores usam a lei para barrar investidas sem qualquer limite.

São esses os tratados como “vândalos”, “atrasados”, pela mesma mídia que, todos os dias, noticia as desgraças provocadas pelo mau uso da cidade, pela falta de fiscalização, pela corrupção. As bocas alugadas que dizem o que os donos e candidatos a dono da cidade não ousam dizer, enquanto circulam onde o poder circula para também se lambuzar nele.

A versão mais recente do anteprojeto do Plano Diretor tem 118 páginas. Não se conhece publicamente ainda a versão que a prefeitura, suponha-se, irá levar para as alardeadas oficinas. Quem luta há sete anos não vai parar. Quem não luta deve começar já. E ler. O resultado, se a população ficar de fora, será desastroso: lucro e boa vida para uns poucos e prejuízos para a maioria.

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Principais pontos do Plano Diretor anunciados pela prefeitura:

Preservação do meio ambiente com fiscalização efetiva

Proteção das encostas

Valorização de conjuntos urbanos de valor cultural

Preservação das paisagens

Criar centros no município para evitar conflitos de vizinhança

Construção de núcleos urbanos planejados

Equilíbrio na ocupação do solo

Soluções integradas de mobilidade urbana

Desenvolvimento da SC-401

Uso da Ponte Hercílio Luz para o transporte coletivo e criação de parques e decks no seu entorno

Recuperação das conexões marítimas

Criação de parques urbanos centrais, como no Aterro da Baía Sul e no Aterro Continental Sul

Requalificação Urbana do Centro Histórico

Vivências nas Vias Expressas

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Audiência Pública das Religiões de Matriz Africana será no dia 1º de outubro

Ficou para o dia 1º de outubro, às 19h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, a Audiência Pública das Religiões de Matriz Africana, que vai discutir a discriminação, a violência e o direito às manifestações religiosas de origem africana no estado de Santa Catarina. A presença dos integrantes de terreiros de religiões de matriz africana em grande número, será importantíssima para esclarecer a sociedade e defender seus direitos.
Na sessão de segunda-feira, 19 de agosto, houve a votação e aprovação do PL 1.199/2012), que estabelece o horário de funcionamento para Terreiros de Umbanda, de autoria do vereador Marco Aurélio Espíndola, o Badeko. Devido a esse fato, urge a necessidade de diálogo entre a sociedade e o poder público sobre essas questões, embora essa audiência tenha sido uma demanda apresentada nas atividades da Semana das Religiões de Matriz Africana, realizada de 21 a 27 de abril do corrente ano. A Semana foi encaminhada pelo vereador Lino Pere, tendo em vista que situações de violência têm ocorrido em todo estado. A Comissão, que reúne representantes de várias casas de religiões de matriz africana, vem se reunindo desde então, traçando e acompanhado atividades que visem a garantia de seus direitos, respeito e dignidade, e desta forma tem sido notificados sobre as proposições que tramitam nesta Casa e que versam sobre suas realidades. 
Uma reunião também foi marcada, pelo gabinete, com o Comando da Polícia para tratar de situações inerentes à causa, na qual os participantes foram atendidos pelo Coronel Amorim, que traçou encaminhamentos com os presentes. A Audiência Pública do dia 1º de outubro vem para dar continuidade a esse diálogo, já iniciado com o poder público, momento em que adeptos e seguidores podem apresentar as situações vividas em diferentes partes do estado. (Nota da Assessoria de Comunicação/Rosane Berti - Gabinete do Vereador Lino Peres: 3027.5721)





terça-feira, 24 de setembro de 2013

Câmara aprova requerimento de Lino com pedido de informações sobre Delegacia da Mulher



Na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira , dia 23 de setembro, foi aprovado o requerimento de autoria do  vereador Lino Fernando Bragança Peres, que solicitou ao secretário Estadual de Segurança Pública, informações sobre a Delegacia da Mulher de Florianópolis.

A Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Florianópolis tem funcionamento conjunto e passa por situação delicada, com estrutura completamente sucateada e administração deficiente. (Nota da Assesoria de Comunicação)
 
 
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Conselhos Tutelares debatem melhorias para atendimento a menores


A Audiência Pública dos Conselhos Tutelares, que aconteceu na semana que passou, também teve a participação do gabinete de Lino nos debates e encaminhamentos, para que as crianças e os adolescentes recebam um atendimento mais adequando na capital catarinense. Vanda de Oliveira Gomes Pinedo, assessora de Lino, compôs a mesa diretora na AP, que foi requerida pelo vereador Tiago Silva. (Assessoria de Comunicação do Mandato/ Rosane Berti)

Vanda Pinedo fala sobre horário dos terreiros para o IELA

A assessora do gabinete do vereador Lino Peres, Vanda Pinedo, integrante do Movimento Negro, concedeu entrevista ao Instituto de Estudos Latino Americanos (IELA), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre a polêmica em torno das definições sobre o horário para os cultos afro-brasileiros.
Assista ao vídeo em:
 

Lino participa de debate sobre ameaças a direitos trabalhistas




O vereador Lino Peres acompanhou nesta segunda-feira, 23, na Assembleia Legislativa, os debates do Seminário Sul-Brasileiro “Os desafios do Movimento Sindical e a Relação com o Parlamento Brasileiro”, organizado por centrais sindicais e pela Fetiesc. Um dos debatedores foi o senador Paulo Paim (PT-RS), que falou sobre o fim do fator previdenciário, a defesa de 10% do PIB para a educação e 10% do orçamento para educação, a jornada de trabalho de 40 horas semanais sem redução de salário e o PL 4330, que trata da terceirização e custeio sindical.

Lino, que é da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Serviço Público da Câmara Municipal, acompanha os debates sobre esses temas, em especial sobre o Projeto de Lei 4.330, de autoria do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que prevê a terceirização de todas as atividades e funções de qualquer empresa, pública ou privada, e vai precarizar ainda maior das condições de trabalho. O projeto está na Câmara dos Deputados.

Há uma mobilização nacional contra o PL 4330. 19 dos 26 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) manifestaram-se contra ele, e o Coleprecor, que reúne os presidentes e corregedores dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho, apoiou o documento dos ministros do TST. A Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) também se posicionou contrária ao PL. (Assessoria de Comunicação do Mandato)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O "trade" turístico e os "beach clubs"

por Míriam Santini de Abreu - Blog da Revista Pobres & Nojentas

A polêmica dos “beach clubs”, pelos quais o “trade” turístico está romaria para evitar a demolição, faz lembrar o que aconteceu com o Bar do Seu Chico, no Campeche, derrubado em 2010 por determinação judicial. O motivo foi estar em área de preservação permanente. No caso dos “beach clubs”, os motivos são invasão de área de marinha, de área de preservação permanente, poluição sonora, hídrica, desmatamento e invasão de calçadão.
O Bar do Seu Chico, de madeira e palha, era ponto de encontro do povo crítico do Campeche. Os “beach clubs” são ponto de encontro do povo rico. Vão dizer que a comparação, por esse ponto de vista, é ranço com rico. Bom, então, no caso da derrubada do Bar do Seu Chico, quando não houve nenhum choro nos veículos do Grupo RBS, era ranço em relação a gente que pensa e fica ruminando coisas lá no Campeche.
Curioso é o “tread” turístico usar como argumento, na defesa dos “beach clubs”, a história e importância do turismo para a Capital. Dizem que "não é verdade que Florianópolis se sente incomodada com os bares e restaurantes da cidade, menos ainda com os turistas que nos visitam. Pesquisas apontam que mais de 80% das pessoas gostam e aprovam o turismo", cita o texto elaborado pelo “trade”. Primeiro, os “beach clubs” representam todos os bares e restaurantes da cidade? Segundo, que relação os b.c. têm com a aprovação do turismo e a atividade em si?
A resposta é a visão que esse povo do “trade” turístico tem de turismo. É uma visão completamente descolada da cidade. É turismo por ele mesmo, e só. Cita, o pessoal do t.t. a história e importância do turismo para a Capital. Que história e qual importância? Turismo como e onde?
Final de semana passado estive no Rio Vermelho. A rodovia principal liga as praias do Norte à Lagoa da Conceição. Só mesmo São Cristóvão para livrar os motoristas de atropelar pedestres em uma rodovia que praticamente não tem acostamento. Ali, onde deveria haver uma longa ciclovia, mal foi planejado lugar para o pedestre. As ruas laterais à rodovia são longas e há as que terminam no nada, sem placa para avisar. É uma entropia em grau máximo num dos acessos principais às praias do Norte.
Se efetivamente levasse em conta a história e importância do turismo para a Capital, o t.t. certamente faria a mesma peregrinação por obras de saneamento, fornecimento de água e, num plano ainda maior, por um Plano Diretor que, de fato, pensasse na cidade com um todo, não focando somente no que é de interesse de redutos nas praias mais badaladas.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fragmentação institucional ainda marca iniciativas para o Aterro da Baía Sul


Os órgãos públicos na esfera federal, estadual e municipal ainda tratam de forma fragmentada o Aterro da Baía Sul, em Florianópolis, e não dialogam entre si para planejar as intervenções na área.

Isso ficou claro na Audiência Pública da Câmara de Vereadores, requerida pelo mandato do vereador Lino Peres (PT), nesta terça-feira, dia 17, no Plenarinho da Assembleia Legislativa. A Audiência, que iniciou às 19h30 e encerrou-se às 23 horas, gerou encaminhamentos importantes a serem levados em conta na concepção dos projetos para a área, como o uso público, busca de integração da cidade com a orla marítima e diminuindo instalações nesta borda, a continuidade espacial da área das pontes até o Maciço do Morro da Cruz, transparência, integração intermodal do sistema de transportes em escala metropolitana e necessidade urgente de que haja um projeto global para o Aterro, articulado com o Aterro da Expressa Sul, mas com ampla participação da população.

A explicitação das propostas de cada órgão para o Aterro deixou clara a fragmentação, inclusive no interior dos próprios órgãos, como é o caso da prefeitura, que têm propostas para o Aterro que não se articulam entre si no âmbito das secretarias como de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e de Obras, e que por sua vez não se conectam com o Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto Orla) e o Núcleo Gestor Municipal do Plano Diretor Participativo de Florianópolis.


Sem conexão

Um exemplo é a proposta de teleférico do Centro até a Trindade, que veio da Administração passada, não tem projeto concluído, mas será viabilizada – se houver projeto - com recursos do PAC2. O problema não é o teleférico em si, mas o fato de a proposta não ter conexão com outras propostas para o Aterro e para a mobilidade urbana e metropolitana como um todo.

Outro exemplo da falta de conexão intergovernamental são os dois projetos elaborados por empresas privadas, por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), via SC Parcerias, do governo do estado de SC, com base em parceria público-privada. O PMI seria para obras de mobilidade urbana na região da Grande Florianópolis, mas as propostas, apresentadas pelo representante da SCPAR, revelam que ao menos uma delas implica intervenção no Aterro como um todo, sobrepondo-se com a proposta que o IPUF expôs na Audiência Pública. Os projetos são do Grupo CCR e do Consórcio Floripa em Movimento.

Articulação

Esse quadro mostra a necessidade de articulação entre União, Estado e município e mesmo dos diferentes órgãos do município em direção a uma proposta unificada. Depois de tantos debates sobre o Aterro ao longo da última década, não é mais possível investir recursos na área de forma desarticulada. Isso só irá perpetuar os equívocos ao longo dos anos, que descaracterizaram totalmente a proposta original de Burle Marx e colocar no lugar mais obras e equipamentos incompatíveis com o uso público e a possibilidade de aproximação da população com o mar, incompatíveis tanto do ponto de vista da utilização quanto da proposta arquitetônica.

Com base nisso, os encaminhamentos foram no sentido de: aprofundar o processo de participação popular na definição dos usos do Aterro; pensar o Aterro como área de articulação modal urbana e metropolitana, fundamental em um plano de mobilidade metropolitano; que se planeje no sentido da destinação cultural do Aterro, sua integração com o mar, na continuidade espacial das pontes até a ALESC e o Maciço do Morro da Cruz, fazendo com que suas comunidades se apropriem do Aterro; desbloqueio da orla marítima; transparência em todo o processo e na articulação interinstitucional entre os órgãos públicos. Quanto às gestões dos executivos municipal e estadual, o foco parece direcionado aos interesses políticos.

Debate aberto

Nesse quadro, é necessário reconhecer a abertura da Prefeitura para o debate, destacando-se também a iniciativa da atual Administração de inaugurar a Oficina de Desenho Urbano, uma extensão do setor de projetos do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), localizada no Mercado Público e voltada para a troca de ideias e laboratório de projetos para a cidade.

Vale destacar que também há, no meio universitário e de arquitetos, inúmeros projetos que podem ajudar a fomentar uma proposta qualificada para o uso do Aterro. No entanto, é fundamental, como um participante do evento indicou, que este trabalho conte com vários profissionais em um enfoque e tratamento multidisciplinar A partir da Audiência, o mandato do vereador Lino Peres irá encaminhar aos órgãos públicos as solicitações de esclarecimentos indicadas pelos participantes e, em breve, disponibilizará a Ata da Audiência.

Presenças

Cabe destacar que a Audiência contou com a presença de Gert Schinke, representante do Pântano do Sul no Núcleo Gestor do Plano Diretor e da Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses, Isolde Espíndola, da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), Adelina Cristina Pinto, coordenadora de Projetos Especiais da SPU e representante da Comissão Técnica Estadual do Projeto Orla, Mariana Claro, arquiteta que trabalha no Projeto Orla, Guilherme Medeiros, da SCPAR, e Cesar Floriano dos Santos, secretário adjunto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU), como componentes da mesa.
Também estiveram presentes o representante do deputado Padre Pedro Baldissera, Jair Batista, que viabilizou a realização do evento na ALESC, deputado Amauri Soares, vereadores Celso Sandrini, Pedro Silvestre (Pedrão), e Cesar Belloni Faria, representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), além de várias entidades como o Fórum da Cidade,ICMBio, Gemurb, membros da Associação Comercial e Industrial (ACIF), Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis (CDL), representantes do setor hoteleiro turístico, direção do Centro Sul e outras. Cidadãos e alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também acompanharam a audiência.

A Audiência foi aberta pelo vereador Marcos Aurélio Espíndola, presidente da Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo da Câmara, no âmbito da qual foi realizada a atividade, e depois coordenada pelo vereador Lino Peres.
O comparecimento de todos demostra a importância do debate sobre os usos do Aterro e a necessidade de a população, em seus vários segmentos, ser ouvida para a construção e efetivação dos futuros projetos e obras.


                                                                                                           
 Arquiteto Manoel Arriaga de Castro Andrade Jr.

José Tabacow (coautor, com Roberto Burle Marx, do desenho original do Aterro, em 1978)


 



César Floriano (secretário adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                        Lino Lino concede entrevista à TVAL, da Alesc


Mesa formada para o início dos trabalhos
Público e representantes de órgão e entidades compareceram e participaram dos debates

 
                                                                          Vereador Pedrão foi um dos representantes da CMF

Adelina Pinto, representante da Comissão Técnica Estadual do Projeto Orla




Assista aos vídeos com a abertura da Audiência Pública com o vereador Lino Peres, com César Floriano, da SMDU, e com Isolde Espíndola da SPU.