sábado, 1 de junho de 2013

Proposta para a Edu Vieira engloba soluções de alcance metropolitano

Esclarecimento do Gemurb, Grupo de Estudos da Mobilidade Urbana (ARQ-UFSC), do qual o professor Lino Peres é coordenador, publicado no blog da coluna Visor, com nota na edição impressa:


NOTA DE ESCLARECIMENTO:

Com relação à nota “Memória Curta”, publicada no dia 30 de maio, esclarecemos o seguinte:

A proposta apresentada na terça-feira, dia 28 de maio, na UFSC, não é a proposta oficial da Universidade, e sim do Grupo de Estudos da Mobilidade Urbana (Gemurb), formado por professores e técnico-administrativos da UFSC. É uma contribuição a uma proposta final a ser construída pela UFSC com a Prefeitura.
A proposta apresentada nesta semana é completamente diferente daquela apresentada pela prefeitura em 2010. 
A proposta do Gemurb não se restringe a uma solução pontual – como é comum em Florianópolis - para a rua Deputado Antônio Edu Vieira. A solução tem alcance metropolitano, e o citado binário, no entorno da UFSC, tem como foco prioritário – mas não exclusivo - no transporte coletivo. Desde 2010 estamos alertando o poder público sobre a necessidade de que qualquer que seja a solução viária adotada, é necessário executar uma experimentação do sistema binário, que não envolva ainda a execução de obras, com o objetivo de aliviar de imediato o problema de trânsito na região e estudar concretamente o seu impacto urbano, o que vem sendo protelado sistematicamente pela Prefeitura. Essa experiência também seria uma oportunidade para que a população testasse a proposta na prática.
A proposta de 2010 não contemplava essa necessária prioridade ao transporte coletivo, que é o centro da proposta do Gemurb. A proposta de 2010 era centrada no transporte individual e ainda assim incompleta. A proposta do Gemurb é que a Edu Vieira tenha corredor exclusivo para ônibus com linhas em dois sentidos, e o os veículos automotores circulem em um sentido (Armazém Vieira para UFSC), sendo que o retorno se daria pela Carvoeira e por uma via que já existente que seria reestruturada.
Além disso, a proposta do Gemurb não se restringe à solução de trânsito na UFSC e entorno. Ela propõe uma solução que atende muitos dos problemas de mobilidade e urbanos em geral hoje existentes na Região Metropolitana.
A ideia de Bulevar, inexistente na proposta da prefeitura de 2010, pressupõe que uma rua ou avenida, além de comportar prioritariamente transporte coletivo, tenha amplos passeios para o pedestre, arborização para proteção solar e lugares de estar, ciclovias (via exclusiva para bicicletas com demarcação física) e ciclofaixas (via exclusiva para bicicletas com apenas uma demarcação pintada no piso). Isto reforça a importância de transformar as ruas também em espaços públicos para passeios, encontros, atividades culturais, tão carentes em Florianópolis, e não apenas voltadas para fluxo veicular. Trata-se aqui de propor soluções de sustentabilidade urbana, no sentido de tornar a cidade mais humanizada econômica, social e ambientalmente.
Em 2010, a proposta da prefeitura foi rejeitada porque previa um Corredor Norte-Sul (Edu Vieira, avenida Beira-Mar Norte e uma nova via atrás da UDESC e que provocaria ainda mais impacto em um ecossistema fundamental como é o do manguezal do Itacorubi). A proposta concentraria esse enorme fluxo de trânsito na Bacia do Itacorubi, onde se localizam vários bairros residenciais, a UFSC e a UDESC, além de outros órgãos públicos, piorando o problema de trânsito que se pretende resolver. Na proposta do Gemurb, esse fluxo de trânsito seria desviado, fazendo com que na Bacia circulem prioritariamente os veículos (automotores e transporte coletivo) que têm como destino aquela região. Essa proposta, portanto, ao contrário da de 2010, evita que a região seja usada como área de passagem do trânsito veicular de outras regiões.
Essa concepção já foi debatida com moradores de vários bairros da Bacia do Itacorubi e na UFSC e apoiou-se nas diretrizes aprovadas na Audiência Pública de junho de 2008 do sub-distrito da Bacia do Itacorubi, dentro dos debates sobre o Plano Diretor Participativo.
Mas – enfatizamos – trata-se de uma contribuição do Gemurb e não é a proposta oficial da UFSC. É fundamental que a população tenha a possibilidade de conhecer todas as propostas relacionadas a este debate para decidir qual delas é a mais adequada para o necessário uso de área pública (no caso, parte da área da UFSC) e investimento de recurso público, buscando, assim, a solução mais adequada para o sistema de mobilidade da Capital e Região Metropolitana.

Atenciosamente

Grupo de Estudos da Mobilidade Urbana (Gemurb)


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