domingo, 9 de junho de 2013

Política de mobilidade urbana depende da valorização do trabalhador

Por Lino Peres

Ao longo de 35 anos como trabalhador, professor universitário, participei de muitas greves em defesa da Universidade Pública e Gratuita e por melhores salários e condições de trabalho. Essa luta não é nem nunca foi fácil. Por isso foi emocionante ver a disposição de luta dos trabalhadores do Sintraturb em Assembleia realizada há uma hora ao lado do Ticen. Sem os trabalhadores não há política pública, e no caso dos transportes, é essa categoria que garante a mobilidade para boa parte da população. A Greve iniciada nesta segunda-feira é resultado da proposta da patronal, que não atende as reivindicações da categoria. Tenho acompanhado o desenrolar das negociações e me manifestado na tribuna da Câmara, também como membro da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Serviço Público. 
Na Assembleia destaquei o fato de já haver determinação judicial, antes mesmo do início da Greve, para que seja mantida frota de 100% nos horários de pico, considerado como das 5h30 às 8h e das 17h30 às 20h, e de 50% no horário das 11h30 às 14h, por linha. Tal determinação, de 100%, ignora o direito de Greve previsto na Constituição ao fixar um percentual que impede por completo esse direito. 
Os trabalhadores da base do Sintraturb enfrentam condições precárias de trabalho, como o reduzido intervalo e a inexistência de banheiros exclusivos, em uma profissão na qual são obrigados a trabalhar o dia inteiro sentados, e, com os usuários, enfrentar o trânsito congestionado da região metropolitana. Coordeno um grupo de pesquisa na UFSC sobre mobilidade urbana e os estudos apontam, entre outros fatores, para a necessidade de construção de um plano de mobilidade metropolitana que efetivamente resolva os graves problemas enfrentados pela população. A questão é que sem condições de trabalho e salário adequadas justamente para quem transporta a população, não há política urbana sustentável. Crédito: Assessoria do mandato

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