terça-feira, 21 de maio de 2013

Secretarias Regionais gastam mais do que investem

Números comprovam ineficiência das SDRs

Aldo Nestor Siebert
A ineficiência das 36 Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs) e o peso dessas estruturas para os cofres públicos foram questionados pela deputada Ana Paula Lima, líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa, na sessão desta quinta-feira. “Os números do próprio Governo do Estado demonstram que essas secretarias causam prejuízo”, disse a deputada em pronunciamento na tribuna, referindo-se à prestação de contas das SDRs. Ela propôs que “em vez de economizar sucateando os serviços de saúde e superlotando as salas de aula, sejam reduzidas essas estruturas, que levam pelo ralo o dinheiro do trabalho do povo catarinense”. Para a deputada, não há justificativa para os gastos com pessoal terem crescido R$ 30 milhões, apenas no ano passado. “As secretarias regionais são máquinas político-partidárias e grandiosos cabides de emprego”, afirmou.

Os dados demonstram que, entre 2007 e 2012, dos R$ 3,5 bilhões repassados às secretarias, o valor investido em obras e serviços foi praticamente o mesmo gasto para manter as unidades funcionando. “A diferença é menor que 1%, exatos 0,85%. O custeio das SDRs arrancou R$ 1,76 bilhão dos cofres públicos sendo que, desse valor, R$ 493,3 milhões foram investidos somente em folhas de pagamento”, destacou a parlamentar. Ana Paula revelou que a situação é ainda pior em mais da metade das secretarias. “Em 20 unidades regionais, os gastos com pagamento de pessoal e custeio foram maiores que o investimento. Juntas, as unidades deficitárias gastaram R$ 232,5 milhões a mais do que aplicaram em obras e serviços à população”.

No telão instalado no plenário a deputada apresentou o demonstrativo de gastos das secretarias. Entre as informações que chamam a atenção está o fato que a proximidade com o governador Raimundo Colombo não impediu o prejuízo em pelo menos duas secretarias. “A SDR da Grande Florianópolis, que abrange a capital do Estado, onde está a sede do Governo, foi a campeã de gastos. Apenas entre 2007 e 2012, a unidade gastou R$ 43,8 milhões a mais do que investiu”. E completou: “Os números também são negativos em Lages, terra natal e reduto político do governador, com déficit de R$ 7,8 milhões”.

Em ano eleitoral, piora – Além dos gastos comprometidos com folha de pagamento, em prejuízo ao atendimento às necessidades da população, Ana Paula apontou que a situação fica pior quando é ano eleitoral. “No acumulado entre 2007 e 2011, por exemplo, havia 16 secretarias gastando mais com a estrutura do que com investimentos. Em 2012, marcado pelas eleições municipais, a lista subiu para 20”.

Por entender que, “além de causar prejuízos ao erário público”, as secretarias “estão longe de cumprir os objetivos que justificavam a sua criação, que era levar desenvolvimento a todas as regiões do estado e aproximar os serviços públicos da população”, Ana Paula pede a imediata redução das estruturas. “Ando pelo estado e testemunho, por exemplo, as centenas de ambulâncias e vans que circulam pelas rodovias rumo à capital, com pessoas em busca de atendimento”, declarou a deputada. Para ela, o governador Raimundo Colombo “tem o dever” de mudar essa situação”.


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