A União Catarinense de Estudantes (UCE), localizada
na Rua Álvaro do Carvalho, 246, Centro, Florianópolis - prédio considerado o
símbolo da repressão em Florianópolis, por ter sido invadido durante o período
da ditadura - foi novamente a sede dos preparativos para o ato do próximo 1º de
abril, que acontecerá em repúdio ao golpe civil-militar que completa 50 anos e
aos 45 anos do AI 5. O Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça esteve
mais uma vez reunido no final da tarde desta terça-feira, dia 18 de fevereiro,
para organizar o ato e já traçou novos encaminhamentos como propostas de
horário de saída, trajeto a ser percorrido, como serão os materiais de apoio –
cartazes e confecção de jornal para distribuição.
A sugestão do percurso para o ato é a saída da sede
da UCE, seguindo pela Álvaro de Carvalho em direção à Rua Conselheiro Mafra,
passando pela Praça XV. Depois parar no Palácio Cruz e Sousa para lembrar a
Novembrada - manifestação
ocorrida no centro de Florianópolis em 30 de novembro de 1979, contrária ao
Regime Militar implantado em 1964 no Brasil. Integrantes do DCE da UFSC reuniram-se
e recepcionaram Figueiredo na Praça 15 de Novembro. Eram cerca de 4 mil
pessoas, porém, a manifestação foi abafada pela Polícia Militar, o que provocou
ainda mais revolta e violência -, seguir até ao chamado Ponto Chique e encerrar na
Esquina Democrática.
O percurso do ato contará
ainda com apresentações de músicas daquela época e teatro, mas o foco permanece
no objetivo de mostrar as pessoas que foram vítimas da ditadura. Por isso, o
ato contará com pessoas carregando cartazes com fotos e nomes dos desaparecidos
durante o regime militar. Também para o dia 1º de abril, às 19h, na Assembleia
Legislativa, está programado o lançamento do livro sobre Paulo Stuart Wright. A
data da próxima reunião não foi agendada.
Em consonância com a pauta do Coletivo Catarinense,
por iniciativa do Mandato do Vereador Lino Peres, foi criada a Comissão da
Verdade do Município pela Câmara de Vereadores de Florianópolis. O mandado de
Lino avisará quando a Comissão será instalada, momento em que será discutido e
lançada a agenda de atividades a serem realizadas.
Para o vereador Lino Peres é fundamental a
realização do Ato de 1º de Abril em repúdio ao golpe de 64 e ao AI5, pois além
do fato de que está em curso a apuração dos crimes cometidos pelo regime
militar, que está sendo encaminhada pela Comissão Estadual da Verdade e pela
Comissão Municipal da Verdade, recém criada, este evento deverá manifestar-se contra
a criminalização dos movimentos sociais, que denotam sinais de reedição de atos
repressivos que lembram aquele período. (Assessoria
de Comunicação do Mandato/ Rosane Berti MTb.7926)
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