1 - Somente no final de tarde de sexta-feira passada os vereadores
receberam oficialmente, pasmem!, a relação de emendas aprovadas e rejeitadas na
primeira votação do projeto do Plano Diretor. Isso não seria absurdo se a
segunda votação não estivesse marcada para esta segunda-feira, dia 30 de
dezembro. É assim: um projeto fundamental para o presente e o futuro de
Florianópolis será votado em uma data na qual a população enfrenta uma das mais
severas ondas de calor recentes e está aproveitando as férias às vésperas do
feriado de Ano Novo. Período no qual é muito difícil a mobilização para esse
tão importante tema. Vale ressaltar que não há texto oficial, no site, com a síntese do que foi aprovado. São apenas documentos em PDF, com as "emendas" (a maioria sem justificativa técnica ou base cartográfica) carimbadas com Aprovado ou Rejeitado.
2 - Para a
população, as emendas também só ficaram disponíveis na tarde do dia 27. Elas,
em vez de estarem na capa do site da Câmara, para busca fácil, são localizadas apenas
dentro de sublink “Plano Diretor”, no link de capa “Transparência na CMF”, em http://www.cmf.sc.gov.br/component/docman/cat_view/1212-plano-diretor
Além disso, não consta nos "Atos da Presidência", também no link “Transparência na CMF”, ato algum assinado pelo presidente delegando para a prefeitura a responsabilidade pela formatação das emendas aprovadas ou rejeitadas. Esse trabalho foi feito pelo Ipuf, e deveria ter sido feito pela Câmara Municipal, com suas assessorias técnicas e jurídicas. Isso fere mais uma vez a autonomia do Legislativo.
3 - Esse fato mais uma vez mostra a falta de transparência e o desrespeito que estamos apontando desde o início da tramitação do projeto do Plano Diretor, em outubro.
3 - Esse fato mais uma vez mostra a falta de transparência e o desrespeito que estamos apontando desde o início da tramitação do projeto do Plano Diretor, em outubro.
4 - A nova decisão
de suspensão do processo (liminar nesse domingo e no mesmo dia mais uma vez derrubada em instância superior, o Tribunal de Justiça de SC), por iniciativa do Sinduscon
(entidade representativa da classe
patronal da indústria da construção civil da Grande Florianópolis) ratifica essa tese, já levantada em ação civil pública
proposta pelo Ministério Público Federal, que teve liminar favorável para barrar a tramitação do projeto na Câmara, decisão essa
depois anulada no TRF em Porto Alegre, mas ainda sem julgamento final. Um dos
argumentos da entidade empresarial é que emendas foram aprovadas sem a
participação da comunidade. Isso mostra que a prefeitura conseguiu desagradar
todos os segmentos, inclusive aquele que, ao longo dos anos, tem catalisado o acelerado
processo de especulação imobiliária na Capital.
5
– Desde o início da tramitação na Câmara, o projeto recebeu críticas
cuidadosamente estudadas de entidades como o Instituto de Arquitetos do
Brasil (IAB-SC), Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura, Agronomia de Santa Catarina de SC (CREA-SC), Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB-SC) - a qual participou desde o início do processo e não viu
contempladas suas recomendações – o Conselho de Arquitetura e Urbanismo
(CAU-SC), o FloripAmanhã, a Universidade Federal de Santa Catarina e a ampla
maioria dos representantes distritais, de entidades comunitárias, de movimentos
sociais e ambientalistas. Isso sem falar do Núcleo Gestor Municipal do Plano
Diretor Participativo, que reunia representantes dos distritos e foi
simplesmente dissolvido pelo prefeito. Saliente-se que esta instância havia
aprovado por 16 a
5 votos que houvesse 13 Audiências Públicas Distritais de caráter deliberativo,
ignoradas pelo secretário da SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano), que coordenava aquele Núcleo. A realização de Audiências Públicas
Distritais, portanto, já é um encaminhamento feito pelo Núcleo Gestor, que foi
considerada na ação do Ministério Público, e retomada no mandado de segurança acatado
pela Justiça no dia de hoje.
6 – O tempo
diminuto entre a primeira e a segunda votação para análise das emendas
aprovadas em primeira votação ficou ainda mais prejudicado porque foi necessário
analisar, no mesmo período, o polêmico projeto do IPTU e a lei orçamentária.
Ambos exigiram estudos e debates, assim como o da Cidade Limpa. Todo este
trabalho legislativo, esclareça-se, em tempo de expediente reduzido na Câmara, para
somente às tardes, medida que este mandato tem criticado desde o início da implementação
no Legislativo.
7 – Ao longo do
mês de dezembro, as pressões e críticas contra o projeto do Plano Diretor
continuaram. Neste sábado, 28, foi realizada uma bela atividade
político-cultural ao lado do Koxixos, na avenida Beira-mar Norte, com Consulta
Pública, que irá continuar nesta segunda-feira, a partir das 10 horas, no
Centro da Capital, sobre o Plano
Diretor. Uma das perguntas da cédula à pergunta “COMO DEVE SER A
DECISÃO SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DE FLORIANÓPOLIS NO PLANO DIRETOR?” é se as comunidades é que devem decidir isso em audiências públicas
deliberativas nos distritos.
8 – Ainda nesta segunda iremos divulgar uma síntese sobre as emendas
aprovadas na primeira votação. Lamentável que tenha de ser assim. O prefeito
Cesar Souza fechará o ano comemorando ter aprovado dessa forma o projeto do
Plano Diretor e do IPTU, marcados pelo autoritarismo na tramitação e
desagradando os mais diferentes setores? Uma vitória de Pirro. A que custo? Não
bastasse isso, o prefeito ainda modificou
o brasão oficial do município sem o menor debate com a sociedade. A prefeitura
alegou que era para dar identidade visual à nova administração. Ora,
ora... Para isto, bastaria criar um logo da gestão, e não modificar o brasão,
que é do município, ou seja, da população, e não de uma administração
específica. Uma Administração precisa é de identidade política. Essa identidade
política a prefeitura já deixou nas ações, listadas acima, que tomou em 2013.
Como se vê, uma administração não muda e nem mostra sua cara em apenas uma
questionável e sorrateira mudança do brasão...
Por isso, a recente decisão judicial para suspender a segunda votação do Plano Diretor, marcada para esta segunda, não deve desmobilizar a população. Nada está garantido. Todos estão convidados a participar da sessão agendada, a partir das 14 horas. Também é importante dar seu voto na consulta pública, a partir das 10 horas desta segunda, no Centro da cidade.
governo ignorante, Estaremos la em peso para impedir esta triste situação.
ResponderExcluirMuito ruim essa correria em um projeto tão importante. Enquanto isso, projetos que deveriam ser acelerados, como a duplicação da Deputado Antônio Edu Vieira, não saem do papel...
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