População cobra o edital de transporte
coletivo, apresentado de forma incompleta e inadequada pela Prefeitura
O fato é que a Audiência provocou
frustração geral. Motivos: o projeto não foi disponibilizado em prazo hábil
para análise dos setores interessados – e são vários -, a Audiência foi mal
divulgada, feita em local pequeno, sem acesso amplo e em horário impróprio (8 da
manhã). Dados os costumeiros engarrafamentos matutinos e a precariedade do
transporte coletivo, a presença da população – parte mais interessada - nesse
horário foi praticamente inviável. A impressão que ficou foi a de que a
prefeitura acabou impedindo a população, especialmente a trabalhadora, de
participar de um debate fundamental para a cidade.
Outro motivo que irritou os presentes
foi o fato de que o coração da proposta – a “anatomia” do funcionamento das
linhas, custos, tarifas – foi exposto em segundo plano. O destaque ficou para
as alardeadas inovações tecnológicas, com a divulgada finalidade de unir em uma
única base de dados as informações de diferentes sistemas de controle. Uma
proposta, por exemplo, é possibilitar a consulta da localização dos ônibus em
dispositivos como smartphones. Ora, a parcela dos usuários que têm smartphone é
minoritária. Mais do que isso, a indignação foi no sentido de se questionar a
relevância de tal consulta e de avanços tecnológicos em geral se pontos
centrais, como a garantia da pontualidade e da qualidade do transporte, não são
atendidos.
O vereador Lino Peres, com assessores,
participou da audiência e criticou os pontos levantados, enfatizando ainda que
a proposta, ao menos como foi apresentada, tem alcance somente municipal, e não
metropolitano. Lino tem sistematicamente dito nos meios de comunicação e em
debates que não é possível pensar em transporte público de qualidade limitando
as intervenções à Capital. É preciso pensar e colocar em prática o transporte
metropolitano, envolvendo os municípios de São José, Biguaçu, Palhoça e Santo
Amaro da Imperatriz, visto que boa parte dos usuários vive nesses municípios e
trabalha em Florianópolis. Essa necessidade é urgente e não foi enfrentada
pelas duas administrações anteriores, em dois sucessivos mandatos, e a situação
de mobilidade urbana está cada vez pior, aumentando o tempo médio de
deslocamento. A atual administração, se de fato atendesse o clamor da
população, teria a oportunidade de mudar a cara do transporte coletivo
metropolitano.
De todo o modo, a Audiência foi um
gesto importante, mas inconcluso em seus objetivos e arbitrariamente
interrompida, porque não foram dados os esclarecimentos solicitados e tampouco
indicados os encaminhamentos, como acontece em qualquer Audiência Pública
realizada na Câmara Municipal. O auditório estava lotado, mas os participantes
não puderam ter o projeto em mãos.
O mandato do vereador Lino Peres, além
de requerer informações sobre o edital do transporte coletivo, está apoiando a
iniciativa do movimento social de abertura de inquérito junto ao Ministério
Público, e também irá apurar como foram os encaminhamentos efetivamente dados
em função de uma CPI na Câmara de Vereadores aberta na ocasião do lançamento do
projeto de sistema de transporte coletivo de Florianópolis, na primeira gestão
de Angela Amin.
Audiência sobre
transporte nesta quinta
O transporte público de Florianópolis
volta à discussão nesta quinta-feira, às 14h30, no Plenarinho da Câmara de
Vereadores. Na oportunidade será realizada Audiência Pública no âmbito da
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos e Humanos e Segurança Pública, a
partir de requerimento n. 481/2013, do vereador Tiago Silva. A expectativa é
que a prefeitura esteja representada e de fato apresente a proposta que não
apresentou na Audiência de segunda passada e esclareça a população.
Assessoria de Comunicação do Mandato
Rosane Berti
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