Por Lino Peres
Ao longo de 35 anos como trabalhador, professor universitário, participei de muitas greves em defesa da Universidade Pública e Gratuita e por melhores salários e condições de trabalho. Essa luta não é nem nunca foi fácil. Por isso foi emocionante ver a disposição de luta dos trabalhadores do Sintraturb em Assembleia realizada há uma hora ao lado do Ticen. Sem os trabalhadores não há política pública, e no caso dos transportes, é essa categoria que garante a mobilidade para boa parte da população. A Greve iniciada nesta segunda-feira é resultado da proposta da patronal, que não atende as reivindicações da categoria. Tenho acompanhado o desenrolar das negociações e me manifestado na tribuna da Câmara, também como membro da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Serviço Público.
Na Assembleia destaquei o fato de já haver determinação judicial, antes mesmo do início da Greve, para que seja mantida frota de 100% nos horários de pico, considerado como das 5h30 às 8h e das 17h30 às 20h, e de 50% no horário das 11h30 às 14h, por linha. Tal determinação, de 100%, ignora o direito de Greve previsto na Constituição ao fixar um percentual que impede por completo esse direito.
Os trabalhadores da base do Sintraturb enfrentam condições precárias de trabalho, como o reduzido intervalo e a inexistência de banheiros exclusivos, em uma profissão na qual são obrigados a trabalhar o dia inteiro sentados, e, com os usuários, enfrentar o trânsito congestionado da região metropolitana. Coordeno um grupo de pesquisa na UFSC sobre mobilidade urbana e os estudos apontam, entre outros fatores, para a necessidade de construção de um plano de mobilidade metropolitana que efetivamente resolva os graves problemas enfrentados pela população. A questão é que sem condições de trabalho e salário adequadas justamente para quem transporta a população, não há política urbana sustentável. Crédito: Assessoria do mandato
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